“Eu quero privatizar todas as empresas estatais. Essa é a proposta. A decisão final é do Congresso. A minha obrigação é fazer o diagnóstico e entregar a prescrição”, afirmou Guedes em entrevista ao jornal valor Econômico, na segunda-feira (9).
A proposta inclui a Petrobrás, pois “ao invés de ter uma empresa de petróleo, por exemplo, teremos várias”.
Faltou acrescentar que essas “várias” empresas seriam todas multinacionais. Que, aliás, já operam no país, como ExxonMobil, Shell, Chevron, BG, Total, entre outras.
Ele disse que conta com o apoio de Bolsonaro para o processo de entrega do patrimônio público: “O presidente está conosco na privatização. Todos os dias ele cobra: ‘Poxa Salim, tem que vender uma por semana! Está demorando muito!’”, referindo-se a Salim Mattar, secretário de Desestatização e Desinvestimento.
Para tanto, Guedes frisou que é preciso criar o Programa de Aceleração das Privatizações (PAP).
“Ao invés de levarmos as empresas privatizáveis uma a uma ao TCU [Tribunal de Contas da União], vamos pegar a lista de estatais e levar ao presidente da República. Aprovadas as que ele quer privatizar, enviaremos ao TCU e encaminharemos um projeto de lei ao Congresso para incluir a lista aprovada no programa de desestatização”, ressaltou.
É o que ele chamou de “fast track” [faixa acelerada] para as vendas e concessões de estatais.
Segundo ele, a moldura de tudo isso é o nosso programa “Caminho para a Prosperidade”.
Guedes transformou as despesas obrigatórias em alvo de seus ataques: “Queremos é quebrar o piso da despesa obrigatória. Somos escravos do dinheiro carimbado. Vamos descarimbar”.
Para Guedes, a função do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – chamado por ele de BNDE – não é de liberar recursos para investimentos das empresas, mas apoiar as privatizações.
“O nosso BNDE tem que apoiar nosso programa de privatizações, nosso BNDE tem que apoiar o programa de saneamento de Estados e municípios, tem que ajudar a reestruturação financeira dos Estados e municípios, ajudando as privatizações também no nível estadual”.