![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2022/12/Serere-twitter-reproducao.jpeg)
O bolsonarista José Serere Xavante, indígena preso por fazer arruaças e depredações em Brasília, agora diz que está “arrependido” e pede desculpas.
Sua prisão serviu de pretexto para que grupos de bolsonaristas ensandecidos provocassem quebradeiras e incêndios de carros e ônibus em Brasília. Além disso, tentaram invadir a sede da Polícia Federal. Serere participou dos atos golpistas no Distrito Federal dizendo que houve fraude nas eleições que elegeram Lula presidente.
Preso na penitenciária na Papuda a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) atendido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele emitiu uma nota, por meio de seus advogados, pedindo desculpas pelo ocorrido e alegando que foi mal-informado. No documento, ele trata Lula e Alexandre de Moraes como “irmãos”.
“Peço, humildemente, desculpas ao povo brasileiro por eventuais declarações exageradas que fiz, ao criticar o sistema eleitoral brasileiro. Da mesma forma, peço desculpas ao Supremo Tribunal Federal; ao Tribunal Superior Eleitoral; ao presidente irmão Lula; ao irmão Alexandre; à minha família; à minha querida tribo Xavante; e, aos meus amados irmãos da nossa Igreja“, escreveu ele no documento.
![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2023/01/Carta-de-serere-743x1024.jpeg)
Ele diz, ainda, que cometeu “um equívoco ao defender a tese de que haveria fraude, ou mesmo risco de fraude, nas urnas eletrônicas”. “Na verdade, não há nenhum indício concreto que aponte para o risco de distorção no resultado às urnas, ou na vontade do eleitor brasileiro. Defendi a tese da suposta fraude, com base em informações erradas, que me foram fornecidas por terceiros, que, agora, olhando para trás, vejo que estavam inteiramente desvinculadas da realidade”.
Agora, diz ser contra qualquer “ruptura democrática”. “Nem acredito em métodos violentos, e/ou qualquer tipo de violência, como método de ação política. Sou um xavante, pai, cristão, pastor, criado num local remoto, com muito respeito à verdade, e, como tal, entendo que o amor, o perdão e a conciliação são os únicos caminhos possíveis para a vida em sociedade”.
Serere também desautorizou qualquer pessoa a falar em seu nome e constituiu os advogados Jéssica Tavares, Pedro Coelho e João Pedro Mello para representá-lo no inquérito em que é investigado no Supremo.