O servidor concursado do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, desmentiu a fiscal de contrato, Regina Célia, e afirmou que ela “autorizou o prosseguimento do contrato” de compra da Covaxin mesmo com as irregularidades na quantidade de vacinas e no pagamento para uma empresa que não era citada no contrato que tinham sido apontadas.
Para Luis Ricardo Miranda, Regina Célia, que ocupa um cargo de confiança, “está tentando se isentar do problema que foi apontado para ela”.
Miranda recebeu recibos internacionais referentes à compra da Covaxin que tinham graves irregularidades. Mesmo depois das “correções” nos recibos, os documentos previam uma entrega inferior à contratada e diziam que o pagamento deveria ser feito a uma empresa não citada no contrato e que é sediada em um paraíso fiscal.
Luis Ricardo Miranda, que é do departamento de logística, disse que apontou as irregularidades para Regina Célia e ela, mesmo assim, autorizou a continuidade da compra.
“Depois das correções, restaram dois pontos fora do contrato: quantidade e empresa terceira. E ela autorizou o prosseguimento do processo”, afirmou ao UOL.
“A verdade é uma só, e, por mais que eles tentem mentir, a verdade sempre prevalecerá”.
Luis Ricardo Miranda percebeu as irregularidades, suspeitou de um esquema de corrupção na compra do imunizante e levou o caso até Jair Bolsonaro. Em reunião, ouviu de Bolsonaro que aquilo era “coisa do Ricardo Barros (PP-PR)”, líder do governo na Câmara.
Bolsonaro não levou a denúncia para a Polícia Federal, o que configura o crime de prevaricação.
Ricardo Barros tem ligação com a empresa atravessadora da compra, a Precisa Medicamentos. Quando ele foi ministro da Saúde, uma empresa-irmã da Precisa, a Global Saúde, deu um calote de R$ 20 milhões no Ministério da Saúde.