As forças de segurança de Minas Gerais, militares e civis, realizaram manifestação nesta segunda-feira (21), em Belo Horizonte, reivindicando recomposição salarial.
Milhares de policiais militares, bombeiros, policiais penais e agentes socioeducativos se reuniram desde às 9h na Praça da Estação e seguiram em passeata até a Assembleia Legislativa de Minas, portando faixas e cartazes.
Os manifestantes cobram do governador Romeu Zema que cumpra o acordo feito com a categoria em 2020, de recomposição de perdas inflacionárias acumuladas nos últimos 7 anos, de 41%, dividida em três parcelas: sendo 13% em 2020, 12% em 2021 e 12% em 2022.
Conforme as lideranças da categoria, apesar de o projeto de lei que garantiria o acordo ter sido aprovado pela Assembleia Legislativa, apenas a parcela de 2020 foi paga, pois o governador vetou os reajustes de 2021 e 2022. Os servidores afirmam que a reivindicação é simplesmente pela recomposição das perdas salariais causadas pela inflação, que no ano passado ultrapassou a casa dos 10%.
“O policial civil está perdendo o poder de compra, principalmente o da base, o investigador, o escrivão, o delegado substituto. Estão passando necessidades materiais. Tem gente passando fome. Nós estamos fazendo campanha, inclusive, para ajudá-los. A inflação impacta para todo mundo, e quem sofre é a família”, declarou a presidente do Sindicato dos Delegados de Minas Gerais, Maria de Lourdes Camilli.
COMANDANTE AUTORIZA POLICIAIS ARMADOS EM ATO
No sábado (19), a manifestação recebeu a autorização do comandante-geral da PM, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, que, em nota, liberou a participação de policiais militares da ativa no protesto, em ato inédito e estranho, já que trata-se de cidadãos armados em manifestação pública.
De acordo com a Constituição, é vedado aos policiais em manifestação o porte de armas, o uso de farda, a perturbação da ordem pública, invasão de qualquer local, bloqueio de trânsito ou queimar objetos. Segundo o Artigo 5º da Constituição, “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”.
Na nota, o comandante afirma que “continuaremos em franca negociação com o governo do Estado, que já reconheceu nossas perdas inflacionárias e busca soluções para a reposição da remuneração da tropa”, e que “qualquer ato que saia do campo de uma manifestação pacífica poderá fazer com que a nossa marca seja apedrejada e dificulte a manutenção de nossa sustentabilidade”.