Após 8 meses de tentativa de negociação com o governo, os servidores federais preparam-se para realizar uma paralisação nacional na próxima quarta-feira (3) em defesa de reajuste salarial. “As negociações com o governo por recomposição salarial se arrastam há 8 meses. O funcionalismo federal tem se mostrado aberto a negociar, mas o governo insiste em congelar os salários por mais um ano”, disse o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe).
Para o Fonasefe, os servidores e servidoras não possuem condições de acumular mais um ano de congelamento salarial, em 2024. “0% de reajuste não dá! Os servidores amargam perdas salariais desde o governo Temer. Por isso, a única saída é intensificar as mobilizações”, diz a entidade.
Algumas categorias já se encontram em greve e novas devem aderir ao movimento grevista agora em abril. Os servidores técnicos administrativos em educação deflagraram a paralisação no dia 11 de março. Já no próximo dia 3 de abril, os servidores federais da educação básica, profissional e tecnológica entram em greve e, no dia 15 de abril, é os docentes das instituições de ensino superior também param em repúdio ao reajuste zero.
O Fórum das Entidades afirmou, ainda, que solicitou uma reunião extraordinária com o governo para discutir o quanto dos recursos extras arrecadados neste ano serão destinados a minimizar as perdas salariais dos servidores. “O calendário de lutas é fundamental nesse momento em que a União bateu recorde de arrecadação, maior desempenho desde 1995”, disse o Fonasefe.
De acordo com o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), 16 setores estão realizando mobilizações, um contingente de cerca de 50.000 funcionários públicos federais. Ao menos 12 categorias do serviço federal estão trabalhando em esquema de paralisação ou operação-padrão devido à falta de respostas do governo federal sobre o reajuste salarial e mudanças no plano de carreira em 2024.
Além da paralisação desta quarta, no dia 16 de abril, será realizada uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre as reivindicações dos servidores. A audiência foi requerida pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Já no dia 17, os sindicalistas se reunirão em Brasília (DF) para uma marcha em defesa da recomposição salarial.
