O número de denúncias de assédio sexual dentro de órgãos federais é o maior dos últimos sete anos, apontam dados da Controladoria-Geral da União (CGU). Na quarta-feira (29), o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, indicado por Jair Bolsonaro, pediu demissão depois de ser denunciado por funcionárias da estatal.
Os dados da CGU mostram que as denúncias de assédio sexual em órgãos federais vêm crescendo ano após ano desde o começo do governo Bolsonaro.
Em 2019, foram 155 denúncias; em 2021, esse número saltou para 251, representando um crescimento de 65,1%. Nos seis primeiros meses de 2022, o número de denúncias de assédio sexual já é 214. Caso seja mantido esse ritmo, o número poderá ser o dobro do que foi em 2021.
Os canais recebem denúncias desde ministérios até outros órgãos como universidades federais. Não são computadas as denúncias de estatais, como a Caixa ou a Petrobrás.
Aliado de longa data de Jair Bolsonaro, o ex-presidente da CEF, Pedro Guimarães, foi denunciado por ter assediado funcionárias da estatal de diversas formas. Ele deixou o cargo na quarta-feira.
Diversas funcionárias da instituição revelaram detalhes que mostram que Guimarães, além de fascista e de puxa-saco de Bolsonaro, é um tarado sem vergonha e descontrolado.
As vítimas contaram ao jornal Metrópoles que o bolsonarista aproveitava viagens a trabalho para assediar, constranger e fazer convites inapropriados.
“Ele passou a mão em mim. Foi um absurdo. Ele apertou minha bunda. Literalmente isso”, denunciou uma delas.
“Ele disse: ‘A gente vai fazer um carnaval fora de época (…) Ninguém vai ser de ninguém. E vai ser com todo mundo nu’”, disse outra vítima.
“Ele dizia, apontando para nós: ‘nessa viagem fulano vai pegar você, beltrano vai pegar você’. Foi nojento”, relatou uma funcionária.
O VICE DO ASSEDIADOR
O braço direito do assediador Pedro Guimarães, o vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa Econômica Federal, Celso Leonardo Barbosa, será afastado das suas funções. Ele é o número 2 na hierarquia do banco.
Barbosa é lutador de MMA e era o executivo mais próximo de Guimarães na diretoria do banco. Ele foi citado na denúncia de uma funcionária na ouvidoria da Caixa como sendo colaborador do ex-presidente nos abusos contra as funcionárias.
O afastamento de Barbosa será discutido pelo conselho de administração da Caixa. E é certo que a decisão será a de removê-lo do cargo enquanto as apurações internas não forem concluídas.