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Em sabatina realizada pelo jornal O Globo, em parceria com o Extra, Valor e CBN, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), candidato ao governo do Rio de Janeiro, criticou o governador Cláudio Castro (PL) centrando a pauta nos cargos secretos no Ceperj.
O candidato do PSB relembrou que Alexandre Motta de Souza chegou a ser preso por guardar fuzis incompletos que seriam de Ronnie Lessa, denunciado como autor da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista Anderson Gomes, sendo acusado de ser laranja do policial.
Souza foi um dos beneficiados com recursos do Ceperj sacados na boca do caixa. Foram dois saques, um em junho e outro em julho, que somam R$ 5.738,80, e está na lista de mais de 27 mil pessoas que sacaram dinheiro do Ceperj durante o governo de Claudio Castro.
“O cara, sócio do Ronnie Lessa, que foi na casa dele que se encontrou o maior número de fuzis da história de apreensões do Rio de Janeiro, é um fantasma do Ceperj, é um fantasma do Cláudio Castro”, disse Freixo.
No escândalo do Ceperj, funcionários de programas sociais relacionados ao governo recebiam pagamentos através de uma folha de pagamento secreta, com dinheiro sacado na boca do caixa.
“Parando de roubar já melhora muito. Estamos diante dos fantasmas do Ceperj. Castro e seus aliados fizeram ser sacados mais de R$ 260 milhões na boca do caixa. Com esse valor implementaríamos uma nova política de educação. Precisamos de uma nova governança. Estamos falando de dois anos de pandemia, em que nossas crianças não aprenderam nada. Com este valor recuperamos a aprendizagem que deixamos para trás. Não digo isto por moralismo, mas a transparência promove estabilidade e credibilidade, é o que o empreendedor precisa para investir no Rio”, ressaltou Freixo.
LULA
O deputado reafirmou a aliança com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disputa a Presidência, para derrotar Bolsonaro.
“Lula foi muito contundente em dizer ‘eu tenho um candidato a governador no Rio de Janeiro e esse candidato é Marcelo Freixo’. Falo sempre com Lula, acho muito importante que a gente derrote o Bolsonaro. Eu tenho lado, não escondo lado. Sempre fiz política com verdade nos olhos e vou continuar fazendo. A gente não está em primeiro na pesquisa disputando com a máquina a toa. Tem uma história construída aqui”, afirmou Freixo.
Questionado sobre sua rejeição, que, segundo o Ipec, é a mais alta, Freixo apontou que o índice vem diminuindo. Segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, do dia 18 de agosto, ele aparece à frente, com 39% dos votos, contra 38% do atual governador.
“Estamos empatados. Mesmo com todo o dinheiro da Cedae que ele usou para comprar no interior, nossa rejeição vem diminuindo a cada pesquisa. A rejeição a Claudio Castro é enorme”, afirmou, alegando que “muitos candidatos têm rejeição mínima porque não são conhecidos”.
Freixo ainda rebateu as críticas de Rodrigo Neves (PDT) sobre sua mudança de postura em assuntos como a liberação das drogas, e afirmou que a “milícia ajuda a eleger senadores e deputados”. Além de citar denúncias recebidas de que a milícia usará crianças como informantes nas eleições.
Freixo prometeu paridade de gênero em seu secretariado, se for eleito, e cuidar da polícia. Também se comprometeu a cumprir com o regime de recuperação fiscal, sem deixar de investir no social. Ele disse ainda que é necessário acabar com a máfia instalada no governo do Rio para que o estado volte a crescer.
LIBERAÇÃO DAS DROGAS
Também na terça-feira, Marcelo Freixo concedeu entrevista ao canal CNN onde abordou sua mudança de visão com relação à liberação das drogas. Freixo disse que teve a “capacidade de escutar” as famílias mais pobres para criar um novo entendimento.
Anteriormente, o deputado federal se declarava a favor da descriminalização das drogas, mas recentemente tem se colocado contrário à proposta.
“Não há recuo. Há uma mudança de opinião. As pessoas podem mudar de opinião, porque o mundo se transforma. Eu estou há mais de um ano e meio conversando principalmente com as famílias mais pobres nos lugares onde tem muita morte, muita violência. Foi a partir da capacidade de escutar essas pessoas que eu mudei de opinião. A gente não tem uma estratégia eleitoral, não se trata disso. Se trata de uma mudança de opinião, o que pode acontecer. […] Essa é uma opinião que eu mudei”, argumentou.
Durante a entrevista, o candidato ainda defendeu que a segurança pública é composta por “dois braços”. O primeiro seria uma “polícia eficiente”, que tenha acesso a equipamentos adequados e condições de trabalho; o segundo, investimento social em áreas mais pobres, com instalação de bibliotecas, espaços para prática esportiva e capacitação profissional.
Marcelo Freixo presidiu — quando deputado federal, em 2008 — a CPI das Milícias, que indiciou 225 pessoas, entre policiais civis, militares, bombeiros e agentes penitenciários. Ele afirmou, no entanto, que mantém uma “ótima” relação com a “boa polícia”.