A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de 19 inquéritos para investigar políticos envolvidos com os crimes apurados pela Operação Carne Fraca.
O pedido de abertura dos inquéritos foi feito pela Procuradoria-Geral da República após colaboração premiada do ex-superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no Paraná, Daniel Gonçalves Filho, que foi um dos presos na primeira fase da operação.
O pedido de abertura dos inquéritos foi enviado ao STF por se tratar de acusados com foro privilegiado.
A Operação Carne Fraca foi deflagrada em março de 2017 e explicitou a existência de um esquema que corrupção que envolvia fraude no sistema de fiscalização em diversos frigoríficos, como os da JBS e da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, por parte do Ministério da Agricultura. Ver BRF escondeu salmonela fraudando laudo
As investigações seguirão sob sigilo, ou seja, não se sabe quais deputados fazem parte da lista de 19 políticos.
Em depoimento, Daniel Gonçalves citou os deputados federais Osmar Serraglio, Sérgio Souza, João Arruda Sobrinho e Hermes Frangão Parcianello, todos do MDB, e possivelmente outros, como envolvidos no esquema.
Conforme afirmou, o papel deles era garantir que ele seria mantido no cargo de superintendente do MAPA, enquanto recebiam um “mensalinho”.
Agora, a Polícia Federal vai investigar o caso e preparar um relatório sobre o envolvimento ou não dos suspeitos nos crimes.
Confirmada a suspeita, a Procuradoria-Geral da República vai apresentar uma denúncia ao STF.
Os casos de envolvidos que tinham foro mas perderam com o fim do mandato parlamentar serão enviados para a primeira instância.
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