Inquérito estava parado aguardando definição sobre a forma do depoimento do principal investigado
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou, na sexta-feira (30), a retomada da investigação da denúncia feita pelo ex-juiz Sérgio Moro de que Jair Bolsonaro tentou interferir e controlar a Polícia Federal. Na decisão, o ministro afirmou que há diligências pendentes para a PF cumprir que podem ser executadas independentemente do depoimento.
As investigações estavam suspensas até que o STF julgasse outro processo, que decide se o presidente da República pode ser obrigado a prestar depoimento e em que formato, presencial ou por escrito. A decisão da suspensão foi tomada em setembro do ano passado, pelo então ministro do STF, Marco Aurélio Mello, aposentado no início do mês.
“Considerada a prorrogação de prazo para o término do presente inquérito, por mais 90 (noventa) dias, contados a partir do dia 27/7/2021 e a necessidade de realização de diligências pendentes para o prosseguimento das investigações, não se justifica a manutenção da suspensão da tramitação determinada pelo então relator em exercício, Min. Marco Aurélio, em 17/9/2020”, escreve Moraes.
Na reunião ministerial de 22 de abril de 2020, que tornou-se pública por decisão da Justiça, há falas de Bolsonaro que reforçam as denúncias de Moro. “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f… minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”, disse ele.
Assista o vídeo da reunião ministerial onde Bolsonaro pressionou para controlar a PF
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