Um dos maiores terroristas da Agência Central de Inteligência (CIA), Luis Posada Carriles, morreu aos 90 anos, quarta-feira, em Miami, sem pagar pelos seus inúmeros e odiosos crimes. Até o final dos seus dias, os sucessivos governos dos Estados Unidos lhe protegeram, depois de o terem treinado para colocar bombas e atentar contra a vida de centenas de pessoas.
Nascido em Cuba em 1928, logo se incorporou às forças do ditador Fulgêncio Batista, tendo participado da frustrada invasão mercenária de Baía dos Porcos, em 1961. Cooptado e treinado pela CIA, esteve envolvido em inúmeras tentativas de assassinato do líder revolucionário Fidel Castro.
Reconhecido pela CIA por suas habilidades, foi enviado entre 1960 e 1974 como assessor de segurança dos serviços secretos das ditaduras da Argentina, Chile, El Salvador e Guatemala, onde organizou uma série de desaparições forçadas e sessões de tortura.
Autor intelectual da explosão do avião da Cubana de Aviação em Barbados, em 1976, onde morreram 73 pessoas, foi, ao lado de Orlando Bosch (também falecido) um dos mais sangrentos agentes contra a revolução. No mesmo ano, ambos foram detidos em Caracas pela polícia venezuelana, acusados de organizar o atentado. Fugiu da prisão em 1985 e foi para Miami, onde foi acolhido pelas autoridades estadunidenses.
Uma de suas ações mais recentes foi a tentativa do assassinato de Fidel durante as comemorações da Universidade do Panamá, em 2000. Posada foi detido junto aos seus colaboradores, mas conseguiu um escandaloso indulto pela ex-presidenta panamenha Mireya Moscoso ao final de 2004, que recebeu vários milhões de dólares como suborno norte-americano.