Os trabalhadores da construção civil em São Paulo conquistaram um reajuste salarial de 12,47% a partir deste mês. O aumento representa pequeno ganho real frente à inflação acumulada entre abril de 2021 e abril deste ano, que chegou a 12,13%, com base no IPCA, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A batalha foi dura. Foram meses de negociação para manter todos os seus direitos, conseguir melhorias, e o melhor reajuste”, afirma o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (Sintracon-SP).
O reajuste, fruto da pressão feita pela categoria, será válido para todos os trabalhadores que ganham até R$ 6.748,20 por mês e será fracionado em três vezes: 7,49% em maio, 2,49% em junho e 2,49% em julho. Assim, serventes, vigias e auxiliares passarão a receber R$ 1.793,89 em maio, R$ 1.835,45 em junho e R$ 1.877,00 em julho. Já os trabalhadores mais qualificados, como pedreiro, armador, carpinteiro, pintor e gesseiro terão o salário de R$ 2.182,25 em maio, R$ 2.232,80 em junho e R$ 2.283,36 em julho.
Para os trabalhadores que recebem mais que R$6.748,20, o acordo determina reajuste de R$ 505,44 em maio, R$ 168,03 em junho e R$ 168,03 em julho. Segundo o Sintracon-SP, o acordo também prevê o aumento no valor do vale-alimentação para R$ 391,40 por mês, e do vale-refeição para R$ 27,56 por dia, bem como a manutenção do café da manhã e do lanche da tarde para os operários.
BRASÍLIA
O acordo de reposição salarial também foi conquistado pelos trabalhadores da construção civil de Brasília, através do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Brasília (Sticombe).
“Os resultados quanto aos índices de reajuste salarial e demais cláusulas econômicas representam um avanço em relação à atual situação dos trabalhadores”, afirmou o presidente do sindicato, Raimundo Salvador, que coordenou as negociações com o sindicato patronal.
O índice geral de reajuste para os trabalhadores que recebem o piso de R$ 2.999,99 ficou em 12,47%, que serão pagos em duas vezes – nos meses de maio e novembro. Assim, a partir de maio, o reajuste será de 6,24% e, a partir de novembro, 6,23%. Já o vale alimentação (Café da manhã/Almoço/ Janta) terá um reajuste de 15,50%, índice superior à inflação do período.
“Avançamos, embora a proposta de reajuste não tenha sido a que apresentamos inicialmente, mas, no atual quadro de dificuldades, podemos dizer que foi uma vitória dos trabalhadores e do Sindicato”, afirmou Salvador.
O sindicato também informou que as demais cláusulas da Convenção Coletiva anterior foram preservadas, “o que também significou importante conquista” para os trabalhadores.