Os trabalhadores dos correios realizam nesta terça-feira, 7, assembleias em todos os estados para decidir se aprovam a greve – prevista para ser iniciada às 22h do mesmo dia caso a proposta de reajuste oferecida pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) não melhore.
Atualmente, a proposta da direção dos Correios se mantém inalterada desde o começo das negociações, no inicio de julho: reajuste equivalente a 60% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), além da manutenção de medidas que não agradaram os trabalhadores, como a extinção do cargo de Operação de Triagem e Transbordo (OTT – responsável no dia a dia em fazer a seleção dos itens que são enviados), excessivo aumento da contribuição ao POSTALIS (o sistema de previdência dos Correios) , implantação da Distribuição Domiciliária Alternada (DDA), entre outras ações.
Ambas as Federações de trabalhadores da ECT tem assembleias marcadas para esta terça, e estão em estado de greve por considerar que não obter sequer a reposição da inflação é uma afronta. O presidente do Sindicato do Rio de Janeiro e secretário-geral da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), Ronaldo Martins, declarou que “faz parte da política deste governo entreguista que visa arrochar o salário da categoria, sucatear os Correios, com vistas a entregá-lo a iniciativa privada. Mas, vamos reagir com nossa unidade e luta de sempre”.
Para a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), “a ECT está promovendo o sucateamento não somente da empresa, mas da vida dos próprios empregados, com o desrespeito às lutas passadas e às conquistas alcançadas”.
Nesse sentido, a nota da entidade continua alertando que “já há alguns anos a direção da estatal vem tornando a empresa ineficiente e colocando em jogo a credibilidade frente ao público. O patrimônio nacional tricentenário está prestes a ser privatizado, no que depender do governo federal e dos inúmeros vice-presidentes que comandam os Correios. Para o Comando [de greve], trata-se da continuidade da política do desgoverno Temer. Cabe aos trabalhadores impedir que isso aconteça”.