Pelo segundo mês consecutivo os trabalhadores não têm aumento real de salário. O reajuste mediano em agosto foi de 3,6%, igualando ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses, em negociações coletivas. Os dados são do Salariômetro da Fundação Instituto de pesquisas Econômicas (FIPE).
Isso significa que metade (50%) dos salários perdeu poder de compra. O Professor da Faculdade de Economia e Administração da UPS (FEA-USP) e coordenador do Salariômetro, Hélio Zylberstajn, explica que “o último aumento real foi em junho. A partir daí, a inflação deu um salto e, como a crise continua as empresas não conseguem absorver esse aumento nos custos e fica difícil para elas dar aumento real”.
Até agosto os acordos e convenções somavam 15.074, 30% abaixo do nível de 2017. Essa diferença, no entanto, já chegou a superar 70%, no acumulado até maio, fruto da reforma trabalhista, onde as negociações estão mais difíceis e o patronal pressiona para retirar avanços conquistados em acordos anteriores.
O reajuste é a cláusula mais debatida no ano até agosto, representando 53,4% das negociações, e do piso salarial (48,9% das negociações), a pesquisa mostra o peso de articulações pela contribuição a sindicatos de trabalhadores: representaram 40,7% do total das negociações no ano.