O Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Polícia Rodoviária Federal resgataram 11 trabalhadores de situação análoga à escravidão, durante operação realizada entre os dias 30 de julho e 10 de agosto, no interior de Goiás.
O resgate aconteceu em duas fazendas nos municípios de Montividiu e Serranópolis.
Em Montividiu, dez pessoas trabalhavam em uma colheita de milho em jornadas que variavam de 12 a 15 horas diárias, sem direito a folga semanal. Já em uma fazenda nos arredores de Serranópolis, um homem trabalhava como carvoeiro sem registro e quaisquer equipamentos de proteção individual necessários, exposto diariamente a riscos de acidentes com máquinas e à fumaça e calor excessivos. Ele ainda estava alojado em um barraco de madeira sem portas, instalações sanitárias, cozinha adequada, iluminação ou local apropriado para repouso.
Segundo Observatório Digital do Trabalho Escravo no Brasil, calcula-se que, desde 1995, foram resgatados, no país, mais de 50 mil pessoas do trabalho em condição análoga à de escravo. Para o procurador do Trabalho do MPT-GO que participou das operações, Alpiniano Lopes, “a prática infelizmente ainda é comum, e o MPT tem atuado para combater essa preocupante situação. É preciso que o Estado ofereça apoio a essas pessoas em estado de vulnerabilidade social, para que não sejam vítimas desse tipo de crime”.
No caso da colheita de milho, o empregador, que já atuava no mercado há mais de 20 anos, foi autuado pela infração aos direitos dos trabalhadores e já cumpriu a obrigação de pagar cerca de R$ 100 mil em acertos rescisórios, mais R$ 20 mil por danos morais individuais a ser dividido entre os dez empregados.