Trinta e Oito garimpeiros foram resgatados de trabalho escravo em uma mina de extração de ouro no Garimpo Coatá, localizado dentro da Floresta Nacional do Amana, no município de Itaituba (PA).
Os trabalhadores tinham uma “dívida” com o dono da mina por serem obrigados a comprar dele produtos básicos para sua sobrevivência. O acesso ao rádio, internet e aos meios de falar com a família eram tarifados.
Um esquema de exploração sexual era mantido, onde namoros eram proibidos, e as únicas relações sexuais permitidas eram as intermediadas pelo pagamento de programas. Os garimpeiros não recebiam seus salários e só sabiam o tamanho de suas dívidas quando tentavam deixar o local.
Participaram do resgate o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Instituto Chico Mendes de Conservação para a Biodiversidade (ICMBio), a Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Militar.
O MPT entrará com as medidas para os pagamentos das dívidas salariais e rescisórias, as quais os trabalhadores têm direito e que estão num total de R$ 366 mil de verbas salariais e rescisórias devidas aos resgatados, cabendo ainda indenização por danos morais.
A operação foi o maior resgate recente de trabalhadores em extração de minérios e metais preciosos realizado pelos Grupos Móveis de Erradicação do Trabalho Escravo. O ICMBio também multou a empresa no valor de R$ 4,8 milhões por danos ambientais. O órgão interditou os equipamentos e embargou 224 hectares que ficavam dentro da Floresta Nacional.