O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, afirmou que a direção do PL, partido de Jair Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto, teve participação direta na “auditoria fake” que contratou e divulgou apontando mentiras sobre as urnas eletrônicas.
Valdemar da Costa Neto disse que a responsabilidade sobre a auditoria é totalmente do Instituto Voto Legal, que a realizou, mas Benedito Gonçalves descartou essa possibilidade.
“O relatório foi produzido e divulgado por iniciativa do PL, contando com a participação de seus dirigentes máximos, sendo lógico extrair do contexto a ciência e a anuência da agremiação com o conteúdo”, afirmou o corregedor-geral do TSE.
Benedito Gonçalves falou que Valdemar da Costa Neto é “participante” da auditoria fake. O corregedor também apontou a escolha para a divulgação do resultado da auditoria a poucos dias das eleições.
“Percebe-se, também, a opção por um calendário que se mostra, de plano, incompatível com o aproveitamento de eventuais sugestões para o pleito de 2022, tendo em vista que os principais dados viriam a público às vésperas do primeiro turno e entre este e o segundo turno”.
O TSE, em nota, falou que o relatório se baseia em conclusões “falsas e mentirosas” e é uma “clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”.
Valdemar da Costa Neto negou que a auditoria tenha sido paga com dinheiro público. Entre janeiro e julho de 2022, o PL pagou R$ 225 mil para o Instituto Voto Legal.
Costa Neto já foi condenado e preso por corrupção no processo do chamado “mensalão”.