A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou a maioria necessária para manter o processo contra o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), acusado de receber R$ 106 mil de propina.
Dos cinco membros da Primeira Turma, três já votaram a favor da continuidade do processo. Foram eles, os ministros Marco Aurélio Mello, relator do caso, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
O julgamento foi interrompido por um pedido de vistas do ministro Dias Toffoli. A ministra Rosa Weber preside a Turma. A decisão só será divulgada depois que todos os ministros tiverem votado.
Arthur Lira, que é aliado de Jair Bolsonaro e até nomeou aliados para cargos, é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ter recebido, em 2012, propina de R$ 106 mil de Roberto Colombo, então presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU).
O acordo era que depois de receber a propina, Arthur Lira atuaria para manter Roberto como presidente da CBTU.
Os R$ 106 mil foram apreendidos no aeroporto de Congonhas, quando um assessor de Lira tentava embarcar com o dinheiro escondido dentro da roupa.
O depoimento do doleiro Alberto Youssef confirma a versão da PGR.
A subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que atua dentro da PGR para acabar com a Lava Jato, tinha pedido, depois da aproximação de Arthur Lira com Bolsonaro, para que o STF rejeitasse a denúncia.
Lindôra é o braço direito do procurador-geral indicado por Jair Bolsonaro, Augusto Aras.
Arthur Lira é cotado para ser o candidato à Presidência da Câmara dos Deputados em 2021, com o apoio de Jair Bolsonaro. O presidente já tem pedido votos para ele entre os parlamentares aliados.