Pedido foi protocolado nesta sexta-feira (26). Consórcio Nordeste e Ministério da Saúde contrataram 47 milhões de doses do imunizante russo que já é utilizado em 40 países
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu nesta sexta-feira (26) um novo pedido de uso emergencial para a vacina Sputnik V. O laboratório União Química, que tem um acordo com o RDIF (Fundo Russo de Investimento Direto) para produzir e comercializar o imunizante no Brasil, fez a nova solicitação e pediu que a anterior seja cancelada.
O prazo para a análise é de 7 dias. Mas se a agência precisar pedir mais documentos sobre a vacina, o prazo pode ser prorrogado. A triagem dos dados já foi iniciada.
“A solicitação de análise do uso emergencial, protocolada na madrugada de sexta-feira, é um novo pedido. O anterior, protocolado pelo laboratório União Química no dia 15 de janeiro, será cancelado a pedido da empresa“, disse em nota a agência.
O primeiro pedido para uso emergencial protocolado pela União Química em janeiro ainda estava emperrado na Anvisa. Segundo a agência, a empresa não havia entregue informações técnicas solicitadas. Na mesma semana, no entanto, o dono da União Química tinha reclamado de um suposto complô contra a Sputnik V. “Parece que é um criminoso alguém que quer trazer a vacina ao Brasil“, disse Fernando Marques, que criticou a postura de Antonio Barra Torres, indicado de Bolsonaro que preside a Anvisa, que agia para barrar a Sputnik V.
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Com o novo pedido, o processo recomeça do zero. Se novos documentos forem solicitados, o registro para a vacina pode demorar ainda mais.
A Anvisa já autorizou o uso emergencial da CoronaVac em todo o Brasil. Além disso, concedeu o registro oficial para as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca.
O Consórcio de governadores do Nordeste assinou contrato com o Fundo Soberano Russo para adquirir mais 37 milhões de doses da vacina Sputnik V. As doses serão entregues ao PNI (Plano Nacional de Imunização) para que possam ser aplicadas em todo o país. Segundo artigo científico da revista médica The Lancet, a Sputnik V tem eficácia de 91,6% contra a Covid-19.
O imunizante já é utilizado em 40 países.
O Ministério da Saúde assinou contrato para a compra de 10 milhões de doses do imunizante russo com a União Química. A primeira remessa, de 400 mil doses, é esperada até o final de abril. Mas o pagamento, segundo o governo, só será efetuado depois de a União Química conseguir o aval da Anvisa.