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Em meio à luta unificada contra a pandemia do coronavírus, a Europa comemorou nesta sexta-feira, 8 de maio, o 75º aniversário da vitória sobre o nazifascismo com o fim da Segunda Guerra Mundial, que custou 60 milhões de vidas no mundo todo.
Respeitando as medidas de isolamento social, a população e as autoridades substituíram as históricas e festivas concentrações que celebram, ano a ano, o dia em que o comando nazista assinou a rendição em 1945, por oferendas de flores ou voos de aeronaves sobre as principais cidades europeias.
No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson leu um poema homenageando as “conquistas e sacrifícios” dos mais de 380 mil soldados britânicos que tombaram na frente de batalha e aos mais de 70 mil civis mortos pelos bombardeios nazis. “Somos um povo livre por tudo o que fizeram nossos veteranos. Por isso lhes oferecemos nossa gratidão e uma solene promessa: os recordaremos sempre”, sublinhou. Numa corrente de fé e esperança, milhões se uniram em um minuto de silêncio e, em quarentena, também recordaram as mais de 30 mil vidas levadas pela Covid-19.
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A rede BBC fez uma transmissão especial do discursos do primeiro-ministro Winston Churchill, que dirigiu a luta da Inglaterra durante a Guerra. A população fez dois minutos de silêncio e foi convidada a brindar enquanto o discurso era transmitido. A soprano Katherino Jenkins fez uma apresentação desde o Royal Albert Hall, retransmitida por televisão, e diante de um auditório vazio.
A televisão também exibiu o discurso da vitória feito pelo rei Jorge VI e imagens de sua filha Isabel, com 19 anos, aprendendo a dirigir caminhões militares, quando formou parte do corpo de voluntários do Serviço Territorial Auxiliar.
Na Escócia, o Grupo Acrobático da Real Força Aérea, os Red Arrows, marcou os céus com uma estrela azul, vermelha e branca no Parque de Saint James.
Em Paris, o presidente Emmanuel Macron depositou uma coroa de flores na estátua do general De Gaulle e destacou a sua contribuição à luta para derrotar o nazismo. Em seguida participou da cerimônia em homenagem ao 8 de Maio no Arco do Triunfo, onde reacendeu simbolicamente a “chama eterna”. Entre os poucos presentes, respeitando as distâncias de segurança, o primeiro-ministro Edouard Philippe; a ministra do Exército, Florence Parly e a secretária de Estado, Geneviève Darrieussecq, os presidentes do Senado e da Assembleia Nacional, Gérard Larcher e Richard Ferrand, e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo.
Milhares de franceses também penduraram a bandeira do país em suas janelas e varandas, participando da homenagem sem descumprir o pedido presidencial para ficarem em casa. A pandemia impediu a viagem que Macron faria a Moscou, onde a vitória se comemora um dia depois. O encontro com Putin teve que ser feito em uma longa chamada telefônica.
“A ALEMANHA SE LIBERTOU DO NAZISMO EM 8 DE MAIO”, AFIRMOU O PRESIDENTE WALTER STEINMEIER
Na Alemanha, a chanceler federal Angela Merkel, acompanhada pelos representantes do Estado, o presidente, os líderes do Parlamento e o titular do Tribunal Constitucional, depositou uma coroa de flores no Portão de Brandeburgo, no centro histórico de Berlim, para homenagear as vítimas da guerra.
Em discurso, o presidente Walter Steinmeier lembrou a data como o momento em que seu país se liberou do nazismo. “A memória não é uma vergonha, o negacionismo sim é uma vergonha”, afirmou e lembrou o juramento feito após o fim da guerra na Alemanha: “Nunca mais.” “Em nenhum outro lugar, essa frase é mais significativa do que na Europa. Precisamos manter a Europa unida”, disse. Steinmeier alertou ainda que, se essa premissa não for cumprida, “também durante e após esta pandemia”, os alemães não serão dignos do 8 de maio. “Se a Europa fracassar, fracassará também o ‘nunca mais'”, disse o presidente, destacando que, após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha se transformou de uma ameaça à ordem mundial a um incentivador dela. “Não podemos permitir que essa ordem mundial de paz se desmanche diante de nossos olhos.”