Justiça italiana ainda precisa liberar as imagens para as autoridades brasileiras. De toda sorte, na prática está provado que os bolsonaristas mentiram no depoimento na PF (Polícia Federal), em Guarulhos (SP), quando retornaram ao Brasil
O vídeo do aeroporto de Roma (Itália) confirmou a versão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes a policiais federais: o empresário Roberto Mantovani atacou o magistrado, a mulher e o filho.
A informação foi publicada, nesta quinta-feira (27), pela jornalista Eliane Cantanhêde. “O vídeo, porém, ainda não chegou oficialmente ao Brasil e não pode ser anexado às investigações e ao processo, sob risco de ser embargado depois”, informou a colunista do jornal O Estado de S. Paulo.
Assim, na prática, não resta mais dúvidas que a família bolsonarista atacou Moraes e a família dele em Roma. E prova que os bolsonaristas mentiram no depoimento na PF (Polícia Federal), em Guarulhos (SP), quando retornaram ao Brasil.
XEQUE-MATE
No breve texto publicado no Estadão, nesta quinta-feira, a jornalista cravou: “Contra fatos e vídeos (sem edição), não há argumentos. […]”
E complementou: “Você acha que a burocracia no Brasil é infernal? Pois a da Itália é igual ou pior…”
‘ACORDO DE COOPERAÇÃO’
Segundo Cantanhêde, “por acordo de cooperação entre a polícia brasileira e a italiana, o vídeo foi encaminhado ao juiz da Comarca de Roma”. “Mas, apesar de se tratar de imagens, de fatos, ele achou por bem encaminhar ao Ministério Público, que ainda não autorizou o envio oficial para o Brasil”, escreveu a jornalista no Estadão.
Policiais federais ainda investigam o caso. Neste mês de julho, a PGR (Procuradoria-Geral da República) enviou ao STF documento e afirmou que as agressões contra Moraes podem representar “grave ameaça ao livre exercício das funções constitucionais”.
O magistrado também é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o que agrava mais ainda a ação dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
BUSCAS E APREENSÕES NA CASA DOS BOLSONARISTAS
O posicionamento da PGR embasou a decisão da presidente do Supremo, ministra Rosa Weber, que autorizou a realização de buscas e apreensões na casa da família de Santa Bárbara D’Oeste (SP).
A operação da PF ocorreu em 18 de junho, quando policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao empresário Roberto Mantovani Filho no município do interior paulista.
Na ocasião, foram apreendidos pelo menos um aparelho celular de Andreia e um computador do marido, Roberto Mantovani.
Nesta semana, o magistrado do Supremo e os familiares falaram à PF no Estado de São Paulo. A família bolsonarista investigada pensa na hipótese de solicitar à Justiça italiana as imagens do aeroporto de Roma.