O governador Romeu Zema (Novo) publicou, no sábado (1º), uma frase atribuída ao líder fascista Benito Mussolini. A frase foi postada em uma foto tirada da tela de um computador e tem a assinatura do primeiro-ministro que tornou a Itália aliada da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
“Fomos os primeiros a afirmar que, quanto mais complexa se torna a civilização, mais se deve restringir a liberdade do indivíduo – BENITO MUSSOLINI”, diz a frase compartilhada pelo governador mineiro.
Zema tem o hábito de publicar, diariamente, citações em suas redes sociais para dar ‘bom dia’ aos seguidores.
A publicação foi feita sem contextualização e relação com as postagens anteriores e posteriores do governador. Ela acontece, porém, um dia após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou Jair Bolsonaro (PL) inelegível até 2030. Zema foi cabo eleitoral do ex-presidente nas eleições do ano passado e organizou o braço mineiro da campanha durante o segundo turno.
Mussolini foi o principal nome do Partido Nacional Fascista, que comandou a Itália entre 1922 e 1943. O líder de extrema-direita foi um dos aliados mais importantes do regime nazista alemão e, ao lado de Adolf Hitler e do Japão, formou o Eixo, derrotado na 2º Guerra Mundial.
COLECIONADOR
A assessoria de Romeu Zema explicou o motivo que o levou a publicar uma frase do ditador fascista Benito Mussolini em suas redes sociais. Em resposta ao site Poder 360, uma nota da assessoria afirma que ele é um “colecionador de frases”, e que compartilha textos de “várias personalidades”, afirmando que o compartilhamento não significa concordância com seu conteúdo.
A equipe disse que Zema é um “defensor das liberdades individuais, incluindo o direito de ir e vir e o acesso à propriedade privada, as eleições livres, condições possibilitadas apenas pela democracia”.
Essa não é a primeira polêmica de Zema, que tenta surfar na onda conservadora bolsonarista, com discursos extremistas. Recentemente, em um evento com governadores do sudeste, o político pregou contra nordestinos e benefícios sociais.
Pela declaração foi acusado de xenofobia e racismo. Depois, em uma tentativa de minimizar os danos, disse ter sido interpretado erroneamente, repetindo, porém, a análise feita de que moradores do Nordeste trabalhariam menos porque preferem receber bolsas governamentais.