Em vinte estados e no DF a velocidade da contaminação do novo coronavírus diminui. Em seis deles a taxa de contágio cresce. Vírus avança rapidamente em Minas e na Região Centro-Oeste, revela o projeto “Covid-10 Analytics”
Os pesquisadores da PUC-Rio e Fundação Getúlio Vargas (FGV), reunidos no projeto “Covid-19 Analytics”, divulgaram um resumo do comportamento da pandemia durante o mês de junho em todo o Brasil e concluíram que a taxa de transmissão do coronavírus (quantidade de contaminados por cada pessoa infectada) caiu em 20 estados e no DF durante o mês analisado.
Eles mostraram também que o Maranhão segue tendo a menor taxa de transmissão da Covid-19 (0,8) e que em seis estados (SC, RR, RN, PE, RS e BA) a pandemia acelerou o seu ritmo no mesmo período.
Os autores da pesquisa sustentam que a manutenção da taxa de contaminação do coronavírus abaixo de um, de uma forma consistente, e por um período longo, revela uma desaceleração da evolução da pandemia na região onde os dados foram compilados.
Este é o caso observado no estado do Maranhão, que está há 20 dias com taxa de contaminação inferior a um.
O estudo revela também que na maior parte do país há ainda uma expansão forte da doença, já que em 20 estados a taxa de contaminação está maior que um.
Entretanto, os números revelam também que a taxa de contaminação está em queda na maior parte dos estados brasileiros. Os números do estudo mostram que a situação do país ainda é preocupante, mas pode-se observar uma tendência de queda da expansão da doença em várias regiões.
Onde houve um crescimento preocupante da taxa de transmissão foi em Roraima e no Rio Grande do Norte.
O Ceará e o Maranhão apresentaram uma queda expressiva da taxa de contaminação. O primeiro caiu de 1,41 para 0,89 e o segundo reduziu de 1,42 para 0,80.
Os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que estavam numa situação mais confortável no início da pandemia – por apresentarem números relativamente menores de casos da Covid-19 – apresentaram uma aceleração da taxa de contaminação no mês de junho. O primeiro cresceu de uma taxa de contágio de 1,25 para 1,61 e o Rio Grande subiu de 1,35 para 1,40.
Segundo os relatórios contidos na “Covid-19 Analytics”, além da aceleração nos estados do Sul, os índices de contágio se mantém altos também na região Centro-Oeste.
Apesar dos estados desta região terem apresentado uma leve queda na taxa de contaminação, o número de casos de pacientes infectados segue muito alto, num quadro de superlotação das UTIs, principalmente em Mato Grosso, onde há fila de pacientes esperando uma vaga em leito de UTI.
A estimativas falam em dobrar o número de infectados em duas semanas no estado de Mato Grosso.
O desequilíbrio entre o número de casos e a capacidade de leitos de UTI também está se agravando no estado de Minas Gerais. A taxa de contágio na região se manteve em 1,6 com a doença avançando rapidamente para as cidades do interior, onde não há infraestrutura hospitalar para enfrentar as consequências da pandemia.
Os pesquisadores da Covid-19 Analytics avaliam que haverá uma aumento de 80% no número de pessoas infectadas em Minas Gerais nas próximas duas semanas.
Segundo Gabriel Vasconcelos, pesquisador da Universidade da Califórnia e do Núcleo de Análise Estatística de Dados da PUC-Rio, “alguns estados podem dizer que o pior já passou e apresentam taxas de contaminação consistentemente abaixo de um e uma queda forte no número de mortes por dia”. Agora em julho, o pesquisador diz que a situação é de alívio para alguns estados que enfrentaram dificuldades com a epidemia.
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