O youtuber Felipe Neto foi intimado a depor nesta segunda-feira (15), pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, por ter chamado Jair Bolsonaro de genocida pela sua condução da pandemia de Covid-19 que já levou à morte mais de 278 mil brasileiros.
Felipe foi intimado pelo delegado Felipe Sartori, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), que tenta enquadrá-lo na Lei de Segurança Nacional. Já é a segunda vez que Sartori indicia o youtuber. Em 2020, o delegado já havia tentado indiciar o influenciador por “corrupção de menores”.
Para Felipe Neto, a intimação é uma “clara tentativa de silenciamento se dá pela intimidação. Eles querem que eu tenha medo, que eu tema o poder dos governantes”.
Felipe Neto denunciou que o pedido de intimação foi feito após petição de um dos filhos de Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, que possui uma cadeira na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.
Em seu Twitter, o youtuber publicou um vídeo em que questiona como o filho de Bolsonaro gostaria que ele chamasse o presidente “que gastou milhões e milhões de reais em cloroquina, uma droga comprovadamente ineficaz contra a Covid-19 e que se recusou, veementemente, a comprar vacina”.
“Eu não sei como ele gostaria que eu me referisse ao presidente da República que chamou a maior pandemia vista nos últimos anos de gripezinha, um presidente que incentiva todo mundo a sair nas ruas como se nada tivesse acontecendo, que provocou aglomerações, inclusive, em todos os momentos desta pandemia, que sabotou e sabota medidas dos prefeitos e governadores que tentaram fazer alguma coisa, que condenou, durante todo esse tempo o uso de máscaras, que se recusou a utilizá-las, exceto quando viajou para Israel, aí ele obedeceu pianinho”, lembrou Felipe Neto..
“O presidente que demitiu dois ministros da Saúde médicos, que tentaram de alguma forma agir com o mínimo de decência (…), que gastou milhões e milhões de reais em cloroquina, uma droga comprovadamente ineficaz contra a covid-19 e que se recusou, veementemente, a comprar vacina, quando foi oferecida no momento mais importante de se ter comprado (…) que sempre se posicionou contra a vacinação. De que outra forma eu poderia chamar este presidente? De colegão? De amigo do povo? De guerreiro? Não me sobrava outra palavra para chamar o presidente”, afirmou o youtuber.
Mais cedo, ainda no Twitter, Felipe Neto escreveu: “Um carro da polícia acaba de vir na minha casa. Trouxeram intimação para que eu compareça e responda por CRIME CONTRA SEGURANÇA NACIONAL porque chamei Jair Bolsonaro de genocida. Carlos Bolsonaro foi no mesmo delegado que me indiciou por ‘corrupção de menores’. Sim, é isso mesmo”.
“Eles querem que eu tenha medo, que eu tema o poder dos governantes. Já disse e repito: um governo deve temer seu povo, NUNCA o contrário. Carlos Bolsonaro, vc não me assusta com seu autoritarismo.”, disse Felipe Neto.
O youtuber afirmou se tratar de “clara tentativa de silenciamento”, e continuou: “Minha atribuição do termo ‘genocida’ ao Presidente se dá pela sua nítida ausência de política de saúde pública no meio da pandemia, o que contribuiu diretamente para milhares de mortes de brasileiros. Uma crítica política não pode ser silenciada jamais!”.