PIB europeu recuou 0,6% no primeiro trimestre, em relação ao trimestre anterior
A economia da zona do euro entrou em recessão pela segunda vez em menos de um ano no primeiro trimestre de 2021, segundo dados do Eurostat – a agência de estatísticas europeia – divulgados na sexta-feira (30/04), resultado atribuído principalmente ao lento avanço da vacinação no bloco europeu e à queda no consumo decorrente dos prolongados lockdowns que se fizeram necessários para conter a pandemia de Covid-19 após o aparecimento de novas variantes do coronavírus, mais contagiosas.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos 19 países da zona do euro encolheu 0,6% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o trimestre anterior, quando o recuo foi de 0,7%. Esse foi o segundo trimestre seguido de queda, o que configura recessão para a zona do euro como um todo.
Na comparação com igual período do ano passado, o recuo do PIB da zona do europeu foi de 1,8% – o que mostra como a região se atrasou em relação à China (que cresceu 18,3% no período) e aos EUA, cujo PIB cresceu 6,4%.
No conjunto da União Europeia (26 países), o recuo do PIB foi de 1,7% em relação a igual período do ano anterior, e de 0,4% comparado com o quarto trimestre de 2020.
A França apresentou um crescimento inesperado de 0,4% em relação ao trimestre anterior, enquanto a maior economia do continente, a Alemanha, sofreu queda de 1,7% do PIB, em relação ao trimestre anterior – maior do que o esperado.
Para esse resultado da economia alemã, pesaram a interrupção das cadeias produtivas que afetou a manufatura, somada ao impacto em serviços e viagens decorrente das restrições de atividade impostas sob a pandemia.
Apesar disso, nas projeções do FMI, a zona do euro crescerá 4,4% este ano, o que se tornaria possível à medida que as vacinações se acelerem.
As autoridades francesas prevêem que uma melhora a partir do próximo mês, quando uma proporção maior da população será vacinada. O governo está lentamente começando a suspender os bloqueios parciais, apesar do número ainda alto de casos de Covid-19 e de pacientes hospitalizados.
O presidente Emmanuel Macron anunciou na quinta-feira que as esplanadas dos cafés e restaurantes franceses poderão reabrir em 19 de maio, juntamente com museus, cinemas, teatros e salas de concerto sob certas condições.
Países que dependem fortemente do turismo, como Itália, Espanha e Grécia, se preocupam com uma eventual segunda temporada de férias perdida. A Grécia suspendeu as restrições de quarentena para visitantes de países da UE e permitirá que restaurantes e cafés reabram para serviço ao ar livre a partir de 3 de maio. As receitas de viagens caíram 75% no ano passado.
Até agora, a taxa de desemprego na Europa aumentou apenas gradualmente para 8,1% em março, graças aos extensos programas de apoio a licenças que ajudam as empresas a manter os trabalhadores.
Os preços aos consumidores europeus também registraram um aumento de 1,6% em abril, impulsionados principalmente pelo aumento dos custos com energia. O que ocorre depois de cinco meses de deflação na zona do euro.
Economistas atribuíram a maior celeridade na retomada da economia nos EUA ao tamanho do pacote de ajuda emergencial no país, que representa, segundo o banco UniCredit, como destacou a AFP, um aporte de 11-12% do PIB, comparados com os cerca de 6% do pacote de ajuda europeu.