A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia aprovou, na quarta-feira (30), a quebra de sigilo bancário do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A decisão foi tomada após denúncias de corrupção na compra de vacinas durante sua gestão.
A quebra dos sigilos telemáticos (de mensagens) e telefônicos já tinha sido aprovada no dia 10 de junho.
Na terça-feira (29), o empresário, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da empresa Davati Medical Supply, disse à Folha de S.Paulo que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou US$ 1 de propina para cada dose de vacina da AstraZeneca que o governo comprasse.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a demissão de Roberto Dias, que tinha sido indicado pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. Dias deverá depor à CPI da Pandemia na quarta-feira (7).
Outro escândalo foi na compra da vacina Covaxin, desenvolvida pela indiana Bharat Biotech. A compra foi intermediada pela Precisa Medicamentos, que tem relações com o líder do governo, Ricardo Barros. Bolsonaro soube do esquema de corrupção, mas optou por acobertar e não levá-lo à Polícia Federal.
O caso veio a público pelo servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, que se recusou a assinar recibos irregulares. Luis Ricardo relatou que sofreu pressão de seus superiores, indicados por Jair Bolsonaro, para assinar os documentos.
Os recibos, ou invoices, previam o pagamento antecipado, duplicavam o valor do frete e envolviam uma terceira empresa sediada em um paraíso fiscal.
Luis Ricardo e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), se reuniram com Jair Bolsonaro para mostrar as evidências de corrupção, mas ouviram dele que aquilo era “coisa do Ricardo Barros” e a promessa vazia de que o caso seria levado à PF, o que nunca aconteceu.
O contrato com a Covaxin foi suspenso na terça-feira (29) por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).
Ricardo Barros irá depor à CPI na quinta-feira (8 de julho).