Alcolumbre trabalha contra a indicação no Senado Federal. Consciência crescente de que o que plano de Bolsonaro é a destruição da democracia deixa ainda mais precavidas as instituições
O arroubo golpista de Jair Bolsonaro no 7 de Setembro, além de ter sido abortado pela reação firme e decidida da sociedade e das instituições da República, o isolou ainda mais das forças políticas que controlam o Congresso Nacional. A consciência crescente de que o que plano de Bolsonaro é a destruição da democracia para desagregar ainda mais a economia do país, está deixando mais precavidas as instituições.
Esse é o caso de sua indicação para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em substituição ao Marco Aurélio Mello, do ex-ministro da Justiça, André Mendonça, um fiel escudeiro das ações golpistas emanadas do Planalto. O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), vem ignorando os apelos dos governistas pela realização da sabatina para avaliar a indicação de André Mendonça.
A reunião da Comissão de Constituição e Justiça do Senado desta quarta-feira (15) foi aberta com um apelo de senadores ligados ao Planalto para que Davi Alcolumbre pautasse a sabatina de André Mendonça. O presidente da comissão, porém, ignorou os colegas e, sem dar explicações, disse que não há data prevista para receber o indicado de Jair Bolsonaro para o Supremo.
Alcolumbre indicou a aliados que segue disposto a só iniciar a análise da indicação de André Mendonça ao STF (Supremo Tribunal Federal) quando tiver a certeza de que o nome do ex-ministro de Jair Bolsonaro será derrotado. Além da submissão aos planos golpistas de Bolsonaro, o fato dele ser “terrivelmente evangélico”, como afirmou Bolsonaro, atrapalha sua indicação.
Não pela opção religiosa, mas pela sua submissão que ele também demonstra a bispos de agremiações religiosas. No domingo (12), ele foi a um culto na Assembleia de Deus e afirmou que aos bispos que a palavra deles “sobre a minha vida é uma palavra com um peso de autoridade de Deus na Terra”. Disse que é “um discípulo” e “um servo”. E afirmou, ainda, reconhecer a sua “submissão”.