O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que “quem objetivar mitigar o Estado de Direito ou estabelecer retrocessos à democracia” ter como resposta “o pulso firme e forte da política” como resposta.
Em evento organizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Fundação Escola Superior do Ministério Público de Minas Gerais, Pacheco fez críticas ao golpismo de Jair Bolsonaro sem citar seu nome.
“Temos um papel no Brasil hoje muito importante, de uma vigilância e atenção incomuns”, continuou.
Pacheco, que é de Minas Gerais, disse que não se pode confundir o perfil de “moderação” dos políticos mineiros com “inércia ou tolerância em relação àquilo que não transigimos”.
“Os mineiros como políticos têm o seu perfil. É o perfil de moderação, ponderação, busca de consensos, conciliação”, falou.
Pacheco já deu diversas declarações públicas condenando os ataques de Jair Bolsonaro à democracia.
No evento, Pacheco defendeu que divergências são “naturais em uma sociedade democrática e plural” e que o pluralismo é um “fundamento da República”.
No dia 7 de setembro, Bolsonaro assumiu uma postura ainda mais agressiva, mas a resposta dos políticos rechaçando esse golpismo foi tão imediata que Bolsonaro teve que fingir um recuo, em carta escrita por Michel Temer.
O presidente do Senado devolveu a Medida Provisória que Jair Bolsonaro editou para permitir a veiculação de fake news na internet sem nenhuma punição.
Bolsonaro queria alterar o Marco Civil da Internet e impedir que as redes sociais pudessem excluir conteúdos que fossem criminosos e mentirosos.
O evento também contou com a presença do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, e do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Humberto Martins.
Homenageado no evento, Fux discursou sobre aspectos da segurança jurídica e disse acreditar que é ela que ajudará o Brasil a superar o momento pós-pandemia. “Um dos mais graves danos que o Estado pode infringir aos seus cidadãos é submetê-los à vida de uma perpétua incerteza”, considerou.
Humberto Martins fez apelos à defesa da democracia e das instituições. “Democracia não é silêncio. Não é a concordância forjada. É o jogo de ideias, do entendimento, da harmonia, mas com independência. Estamos de mãos dadas, instituições democráticas, e cidadania”, declarou.