O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) contou que se encontrou com seu ex-assessor Fabrício Queiroz, que centralizava o esquema de rachadinha em seu gabinete à época em que exercia o mandato de deputado estadual no Rio de Janeiro, e o incentivou a ser candidato nas próximas eleições.
“Na análise dele [Queiroz], ele me disse que tem grande chance de ser eleito porque indiscutivelmente tem muito relacionamento no Rio de Janeiro. Acho que tem chance de se eleger. Ele estava em Brasília, me procurou para falar pessoalmente e não me neguei a recebê-lo”, afirmou Flávio Bolsonaro em entrevista ao jornal O Globo.
O senador explicou que seu ex-assessor o procurou em Brasília, na casa de alguém “próximo”, para contar de sua “pretensão de ser candidato a deputado federal e pedir bênção. Eu disse ‘a vida é sua, você que avalia’”.
Fabrício Queiroz conheceu Jair Bolsonaro em 1984, quando os dois estavam no Exército. Os dois se tornaram amigos, marcando presença em eventos das duas famílias.
Fabrício virou assessor do então deputado estadual, Flávio Bolsonaro, e coordenou seu esquema de rachadinha, receptando até 80% dos salários dos demais assessores para devolver para o chefe.
O assessor parlamentar teve uma movimentação de R$ 7 milhões entre 2014 e 2017, o que, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), é “suspeito”.
Durante as investigações, Queiroz fugiu e faltou nos depoimentos marcados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Ele foi encontrado em uma casa do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, em Atibaia (SP).
Flávio Bolsonaro contou que durante a reunião com o ex-assessor eles falaram “mais na questão de eleição, sem entrar em detalhes da investigação, porque é algo que machuca os dois”.
“Falei para ele: ‘Vai à luta, você é ficha-limpa’. É uma pessoa que tem bons contatos no Rio de Janeiro, tem uma história bacana na Polícia Militar. E agora ainda tem uma exposição gigante. O Queiroz ficou famoso, né?”.
Flávio comentou que é a favor da candidatura de Queiroz, especialmente porque ele apoiará Jair Bolsonaro à Presidência. “Se eu converso com todo mundo, por que seria contra uma candidatura que vai pedir voto para o Bolsonaro? Todo mundo que vai apoiar Bolsonaro, eu quero bem. Desejo boa sorte para ele e acho que tem chance de se eleger, principalmente a deputado estadual. O destino de Queiroz está nas mãos de Deus”.
O senador falou que só não conversa “com PSOL, PT e PCdoB”.
Flávio Bolsonaro disse que as movimentações recentes relativas às investigações da rachadinha “praticamente zeraram o jogo para a gente”, referindo-se à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que ele tem foro privilegiado no processo por ser, na época dos crimes, deputado estadual.
Para Flávio, “cada vez mais eu tenho a percepção clara que ele [Fabrício] foi uma espécie de meio para atingir o presidente Bolsonaro, como eu também fui. É óbvio que houve um desgaste, em especial para mim. Por três anos, viraram minha vida do avesso. Percebi que ele virou a página e quer tocar a vida dele. E se o caminho que ele vai escolher é a política, que ele tenha êxito”.
Na verdade, com a eleição, Fabrício Queiroz está em busca de um foro privilegiado para ficar na impunidade.
Fabrício Queiroz tem usado suas redes sociais para atacar outro candidato que pode ter o apoio de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, o assessor da Presidência, Max Guilherme. Queiroz disse que Max é mentiroso e deve seu emprego no Planalto a ele.
Max, em resposta, falou que deve seu cargo a “Deus”, ao “próprio Bolsonaro” e à sua atuação no Batalhão (Bope).
“Tem que rir. Tem que agradecer a Deus mesmo, Max. Agradecer a Deus por ter me conhecido, por eu ter te ajudado a ser policial, eu ter te pegado pelo braço e te dado esse emprego ao lado do presidente”, respondeu o ex-assessor parlamentar.
todo politico carrega o gene do seu eleitorado, assim como urubu come carniça sem fazer cara feia.