Número de novos eleitores de 15 a 18 anos já chega a 850 mil jovens. Para a UMES-SP é preciso avançar ainda mais na campanha “Todo Estudante com Título na Mão!” e na derrota de Bolsonaro
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou, na última sexta-feira (25), que 96.425 novos títulos foram emitidos em todo o Brasil e no exterior para jovens com 15 a 18 anos. Sem ainda contabilizar o efeito da campanha de artistas nas redes sociais para engajar jovens a emitirem o título de eleitor, a campanha avançou nos últimos dias.
Os estados com o maior número de novos títulos foram São Paulo (18.186), Minas Gerais (9.050), Bahia (7.083), Pará (6.172), Rio de Janeiro (6.003), Paraná (5.163), Pernambuco (4.950), Ceará (4.790), Maranhão (3.996) e Rio Grande do Sul (3.860). No exterior, foram emitidos 30 títulos para jovens na faixa etária.
Segundo o TSE, as novas inscrições, que ocorreram entre 14 e 18 de março, são atribuídas à campanha da Semana do Jovem Eleitor.
A procura foi maior entre as jovens mulheres: 52.561 pessoas do gênero feminino solicitaram a emissão do título, enquanto 43.864 homens buscaram pelo serviço. Neste período, as faixas etárias que registraram os melhores índices foram as de jovens com 18 e 17 anos, respectivamente.
A distribuição do primeiro título por faixa etária ficou configurada da seguinte forma: 4.387 mil títulos oferecidos a jovens de 15 anos (que completam 16 anos até dia 2 de outubro, data do primeiro turno das eleições gerais de 2022); 22.934 mil títulos para adolescentes com 16 anos; 33.582 mil títulos para pessoas com 17 anos; e 35.522 mil títulos para cidadãos com 18 anos.
Com relação à data dos pedidos, os dados mostram um aumento da procura pelo documento ao longo da semana: foram 17.805 mil títulos no primeiro dia da campanha, 14 de março; 18.578 mil em 15 de março; 19.786 mil no dia 16 de março; 22.407 mil em 17 de março; e 17.849 mil no último dia, 18 de março.
Ao todo, a estimativa do TSE foi de que 854 mil jovens de 15 a 18 anos já pediram para tirar o título de eleitor este ano. A Corte está em campanha pelo alistamento eleitoral desses jovens. Os dados cobrem os meses de janeiro, fevereiro e até então a primeira quinzena de março.
Quem tem 16 e 17 anos já pode votar, mas não é obrigatório. Quem tem 15 e completará 16 antes da eleição, que será em outubro, também pode tirar o título, mas o prazo para se registrar eleitoralmente e poder votar já neste ano se encerra em 4 de maio. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) citados pelo TSE, o Brasil tem cerca de 10 milhões de adolescentes entre 16 e 17 anos.
É possível tirar o título de eleitor pela internet, sem a necessidade de deslocamento até um cartório eleitoral. Para isso, é preciso acessar o sistema TítuloNet, disponível no site do TSE. Serão pedidos alguns dados pessoais, como nome completo, e-mail, número da carteira de identidade e local de nascimento.
O jovem também deverá mandar fotos da frente e do verso do documento de identidade e do comprovante de residência. Também deverá tirar uma foto de si próprio segurando a identidade, como forma de comprovar que é ele mesmo. Quem já tem 18 anos ainda precisa enviar o comprovante de quitação com o serviço militar. Os documentos encaminhados precisam estar legíveis.
MOBILIZAÇÃO NAS REDES
A mobilização de artistas nas redes sociais ao longo destas semanas foi marcada pela participação de perfis que ultrapassam a polarização política. A análise com base no Twitter faz parte de um relatório feito em conjunto pelas agências de análise de dados Novelo e Essa tal rede social e aponta que a cantora Anitta teve participação central no debate e foi responsável por incluir nomes do mercado de entretenimento que não costumam se posicionar politicamente. Foi o caso dos cantores Carlinhos Brown, Zeca Pagodinho, Luisa Sonza e Zélia Duncan. O alcance da campanha também cresceu com a participação do ator americano Mark Ruffalo, conhecido por interpretar o Hulk no universo Marvel.
Personalidades de grande alcance nas redes sociais também dedicaram suas postagens ao tema. É o caso de Felipe Neto e dos ex-BBBs Juliette e Gil, que somam mais de 40 milhões de seguidores em seus perfis no Twitter.
As estatísticas com relação a esta participação ainda estão sendo dimensionadas e deverão aparecer nos resultados dos próximos informes do TSE.
CAMPANHA NECESSÁRIA
Em uma declaração ao HP, o diretor da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP) Lucca Gidra considera que a campanha que a entidade lidera na capital paulista é importante para a ampliação do alistamento eleitoral, mas que o apoio nesta reta final de alistamento eleitoral é necessário e que é preciso que a sociedade some mais a campanha, contando com o apoio dos artistas, para derrotar Bolsonaro nas urnas.
“A UMES iniciou a sua campanha de título de eleitor no dia 11 de agosto do ano passado, no dia do estudante, com isso, iniciamos em conjunto com os estudantes, com os grêmios que estavam em uma manifestação que organizamos por conta desse dia e os estudantes tiveram a consciência naquele momento e tomaram a decisão de fazer uma campanha em torno do alistamento eleitoral. Isso tem demonstrado uma campanha muito importante”, disse.
“Já ajudamos a emitir mais de 7.500 títulos de eleitores através dessa campanha em mais de 100 escolas, organizando mutirões dentro das escolas com essa galera para tirar o título. Temos reforçado a importância de demais setores dentro da sociedade também a realizarem suas próprias campanhas de emissão de título de eleitor”, destacou.
“Temos visto essa movimentação ampla, porque diversas personalidades, artistas, diversas pessoas tem tomado a consciência de que a gente tem de garantir que os estudantes, que os jovens tenham o seu título de eleitor, isso é um dever de toda a sociedade”, ressaltou.
“A exemplo o Zeca Pagodinho, Anitta, Emicida, Criolo, entre outros artistas começaram e estão falando sobre a campanha do título de eleitor e isso tem sido muito importante. Então isso daí tem mudado muito a campanha, porque não é só a juventude que tem contato com a campanha, mas a cultura tem contato, o esporte tem contato, a educação tem contato, a escola e em todos os cantos que possam abarcar a juventude e a sociedade tem esse contato. É necessário dar um respaldo a essas ações e tirar o título de eleitor”, completou Lucca.
CONGRESSO
O diretor da UMES também falou que a entidade realizará seu congresso com uma tiragem em massa do título de eleitor para que assim aumente ainda mais o número de estudantes e jovens com o título na mão para derrotar Bolsonaro.
“A UMES tem focado muito no momento atual em organizar todo estudante para nós realizarmos a tiragem do título no atacado. A nossa ideia e o nosso próximo passo agora, que nós temos feito é na construção de um grande congresso da UMES, que é um dos eventos mais importantes que a entidade realiza a cada 2 anos, que é o nosso 28° Congresso da UMES, que está com a seguinte palavra de ordem: TODO ESTUDANTE COM TÍTULO NA MÃO E FORA BOLSONARO!”.
“Nesse Congresso nós iremos reunir centenas de estudantes de mais de 200 escolas, para discutirmos sobre a importância do título de eleitor, sobre a importância da discussão política e a importância da gente tirar o Bolsonaro com o voto da juventude presente e derrotar o fascismo no Brasil. Então a nossa ideia é a partir desse congresso, impulsionar ainda mais a campanha de título que a gente já tem feito e juntar ainda mais estudantes, mais grêmios estudantis e mais escolas para somarem nessa luta pela democracia”, ressaltou o líder estudantil.