O endividamento das famílias em junho atingiu o percentual de 77,3%, mantendo-se na faixa acima dos 70% desde março. Na comparação com junho de 2021, o aumento foi de 7,6 pontos percentuais, quando a pesquisa registrou 69,7% das famílias endividadas. Em relação ao mês anterior, a variação foi ínfima com redução de apenas 0,1 ponto percentual.
Os dados da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) foram divulgados na quinta-feira (7) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, explica que o resultado da pesquisa é fruto do aumento da informalidade e da inflação elevada e, com isso, a consequente redução do rendimento das famílias.
“Além disso, o avanço recente da informalidade no emprego é mais um fator que aumenta a volatilidade da renda do trabalho e atrapalha a gestão das finanças pessoais”, afirma.
As dívidas no cartão de crédito representam a maior fatia do endividamento, com 86,6% do total de famílias. Junto com carnês (18,3%) e financiamento de carro (10,8%) temos os três tipos de endividamento acima de 10%.
Na sequência, crédito pessoal (8,8%); financiamento de casa (8,0%) e crédito consignado (5,58%). Os endividados podem ter mais um tipo de dívida.
Diante do aumento das famílias endividadas e que se aprofundam cada vez na situação de fome, o que Bolsonaro tem a dizer é que “se não é eu, esse Brasil já estava no buraco”. Para ele, é como se os 33 milhões de brasileiros que estão passando fome e os 125 milhões que estão em insegurança alimentar já não estivessem no buraco.
Inadimplência
A proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso, em junho, foi de 28,5% do total de famílias no Brasil. Mantendo-se nos níveis mais altos da séria histórica. A proporção dos que afirmam não ter condições de pagar contas e/ou dívidas já atrasadas foi de 10,6%.
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) é apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde janeiro de 2010. Os dados são coletados, em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com aproximadamente 18 mil consumidores.