“As Forças Armadas têm demonstrado que não apoiam qualquer movimento desses [golpistas]”, declarou o futuro ministro da Defesa
O futuro ministro da Defesa, José Múcio, anunciou os próximos nomes que comandarão o Exército, Marinha e Aeronáutica e disse que o critério seguido para escolha foi do “mais antigo de cada força”.
Para o Comando do Exército será o general Julio Cesar de Arruda, atual chefe do Departamento de Engenharia e Construção.
Na Marinha, o comandante será o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, hoje comandante de Operações Navais da Marinha.
O tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, atual chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, será o comandante da Aeronáutica.
Para o comando do Estado-Maior das Forças Armadas será indicado o almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, que hoje é chefe do estado-maior da Marinha.
DIGITAL
Em entrevista, José Múcio afirmou que Jair Bolsonaro “colocou a digital” nos atos golpistas por ter feito discurso para apoiadores endossando os pedidos de golpe militar.
Enquanto estava em silêncio, ainda não se podia dizer que Bolsonaro estava envolvido ou “por trás” das manifestações.
“Ele hoje colocou a digital. Hoje, o presidente falou. Você viu o filmezinho, com as pessoas atrás? É coisa que realmente vai deixar a gente pensar”, falou em entrevista à Globonews.
Na sexta-feira (9), Bolsonaro apareceu no cercadinho do Palácio do Planalto para falar com os apoiadores após cerca de 40 dias de silêncio, desde que perdeu as eleições presidenciais para Lula.
Bolsonaro falou diante das câmeras que “as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo. As Forças Armadas, tenho certeza, estão unidas. As Forças Armadas devem, assim como eu, lealdade ao nosso povo, respeito à Constituição”.
Múcio falou, na entrevista, que quer deixar essa declaração de Bolsonaro “morrer no eco”.
“Nós estamos há quinze dias da passagem de comando. Criar uma confusão agora, né? Não é interesse. Eu acho até que tem gente querendo que haja um problema. A melhor maneira de enfrentar quem está querendo que haja um problema é não entrar no jogo. Nesse jogo. Nós estamos há quinze dias de mudar o governo”.
“As Forças Armadas têm demonstrado que não apoiam qualquer movimento desses [golpistas]”.
José Múcio defende que “nós voltemos a ser o que sempre fomos e deu certo”. “Os militares guardiões, uma instituição de Estado e sem participar de política”.
“É uma volta ao passado? Não. É uma volta ao que sempre foi nas Forças Armadas. A despolitização, e mais, a despartidarização das Forças Armadas é uma coisa absolutamente necessária para o país”.
“Evidentemente, precisamos colocar as coisas no seu devido lugar. As Forças Armadas são uma instituição do Estado brasileiro, e não de quem está comandando o Estado brasileiro”, continuou.