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“Estamos diante de uma espécie de esconderijo de pessoas que estão com más intenções e propósitos, e isso põe em risco as próprias Forças Armadas”, diz o futuro ministro da Justiça
O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), afirmou que irá dissolver os acampamentos golpistas e investigar todos os envolvidos em planos de atentados terroristas.
Os acampamentos, explicou o ex-juiz, não se baseiam no uso da liberdade de reunião, mas no abuso dela, uma vez que servem para a organização de atos antidemocráticos e terroristas.
“Esperamos que nessa semana o processo de desocupação do entorno do quartel general em Brasília prossiga. Com isso, possamos ter um quadro de normalidade no momento da posse” de Lula.
Dino citou o depoimento de George Washington de Oliveira Souza, preso no sábado (24) por tentar explodir um caminhão com combustível que ia em direção ao Aeroporto de Brasília.
“O próprio investigado afirma que obteve explosivos exatamente neste acampamento ao redor de um quartel. Nós temos, obviamente, uma situação ilegal”, disse Flávio Dino em entrevista à GloboNews.
“Esperamos que, ao longo desta semana, as autoridades federais constituídas até o dia 31 tomem as providências legais. Se não tomarem, a partir do dia 1º a nova equipe governamental o fará, uma vez que estamos diante de uma espécie de esconderijo de pessoas que estão com más intenções e propósitos, e isso põe em risco as próprias Forças Armadas”, continuou o futuro ministro.
Dino, que foi eleito senador pelo Maranhão, defendeu que “terroristas devem receber o tratamento que a lei manda”.
“Todas as conexões serão esclarecidas. Não se trata do chamado lobo solitário. Há gente poderosa financiando isto, e a polícia vai apurar passo a passo quem forneceu essas armas, onde ele obteve os explosivos. Não é uma ação individual, e nós não vamos permitir que esse terrorismo político se instale no Brasil”, apontou.
“Neste caso de terrorismo, a própria Constituição diz que são crimes inafiansáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de anistia. A Constituição será cumprida”.
A execução de planos terroristas “não é um fato engraçado, pitoresco ou corriqueiro. É um mal que não pode ser banalizado. Por isso mesmo a nossa atitude será muito firme e muito clara”.
Flávio Dino, ainda na entrevista, comentou sobre a conexão entre o armamentismo, o “liberou geral” impulsionado por Jair Bolsonaro, e o terrorismo, citando a ação de agentes públicos “em conexão com esses ditos acampamentos”.
O futuro ministro também comentou que a presença de uma organização criminosa no entorno do Quartel General do Exército “coloca em risco as próprias Forças Armadas”.