Estudantes e professores da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu, presentes na última sexta-feira ao lançamento do livro “Curuguaty, o combate paraguaio por Terra, Justiça e Liberdade”, de Leonardo Wexell Severo, defenderam a imediata libertação de Rubén Villalba, camponês mantido como preso político no país vizinho há mais de seis anos.
Conforme esclareceram os magistrados da Sala Penall da Corte Suprema de Justiça do Paraguai, não se pôde comprovar que os acusados tiveram qualquer tipo de participação na carnificina de 15 de junho de 2012. Na oportunidade, seis policiais e 11 trabalhadores rurais morreram em um acampamento em Curuguaty, após um ‘confronto’ provocado pela ação de franco-atiradores, treinados por militares estadunidenses. O local era alvo de uma disputa entre o Estado e a família do senador Blas Riquelme, dos grandes beneficiados pela ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989).
Apesar de, após seis anos de cárcere, todos os demais camponeses terem sido libertados, Villalba – que havia sido condenado a 35 anos – foi mantido preso em Assunção, acusado de “invasão” de outra propriedade. Os advogados do líder sem-terra solicitaram sua soltura por já ter cumprido duas terças partes da sentença por “privação de liberdade, coação e coação grave”, pela qual havia recebido sete anos, do mesmo juiz Ramón Zelaya, também responsável pela injustiça de Curuguaty, sabidamente a soldo do agronegócio.
Na semana anterior, o Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom) também havia se manifestado pela libertação de Villalba.