O candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), durante sabatina à Rádio Eldorado, nesta terça-feira, 3, reafirmou ser contra a privatização da Sabesp e disse que se dependesse dele, reverteria a venda.
Segundo Boulos, a privatização é “danosa” para a população da capital paulista e não representa a “solução dos problemas” de saneamento que São Paulo enfrenta.
O candidato disse que, se dependesse apenas dele, como prefeito reverteria a privatização. “Isso infelizmente não depende apenas do prefeito, tem um contrato firmado, já feito. O que dependesse da minha vontade eu reverteria. Acho que é um dano para a cidade”, afirmou.
Boulos ainda defendeu a anulação da entrega dos cemitérios para a iniciativa privada. Afirmou que, se eleito, vai trabalhar para reverter o contrato. “Criou-se uma indústria da morte”, disse.
O deputado citou o uso da máquina pública pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e a chegada do candidato Pablo Marçal (PRTB), a quem se refere como “franco-atirador”.
“Minha preocupação não está em pesquisas, mas buscar garantir que as eleições de São Paulo tenham um bom nível, e isso está sendo difícil para caramba”, disse se referindo a estratégia do adversário em levar os debates “para a lama”.
Apesar disso, o candidato afirma que tem crescido nas principais pesquisas de intenção de voto. “Isso não é motivo para ter preocupação, ao contrário, isso mostra resiliência e o nível de resiliência da nossa campanha”, afirmou Boulos.
O candidato também afirmou durante entrevista que não pretende aumentar o uso de armas letais pelo efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Disse que manterá a entidade “armada como está hoje”. “O papel central da GCM é policiamento de proximidade”, disse o deputado federal. Ao invés disso, Boulos, se eleito, pretende investir em ações de caráter preventivo, como rondas escolares, e policiamento comunitário.
Segurança, tema que hoje representa uma das principais preocupações do eleitor, está na pauta do candidato, que prometeu atuar “cirurgicamente” sobre a questão dos roubos e furtos de celulares, que tem sido um problema principalmente na região central da cidade. Segundo ele, a estratégia será implementar ações de inteligência para mapear o comércio de receptação de aparelhos.
Ainda no contexto, Boulos alertou para “o risco de infiltração do crime organizado e das milícias na Prefeitura de São Paulo”. Para o candidato do PSOL, esta dinâmica “já está acontecendo”, vide a situação da Cracolândia, na região central da cidade, e dos contratos de ônibus da gestão de Nunes, alvos de investigação da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril desde ano.
Nas considerações finais, o candidato voltou a afirmar que está difícil encontrar espaços para debater as propostas da cidade com “sensatez, equilíbrio, preparo e projeto”, dizendo que parte de seu trabalho é “não deixar a aliança de bolsonarismo e banditismo tomar conta” da capital.