
No acumulado do ano, saques atingem R$ 34,233 bilhões
As retiradas da caderneta de poupança em fevereiro superaram os depósitos em R$ 8,007 bilhões, resultado de R$ 332,0 bilhões de novos depósitos e R$ 340,0 bilhões de saques. O estoque total dos recursos do sistema da poupança ficou em RS 1,010 trilhão, já incluindo os juros pagos aos poupadores no mesmo mês, na ordem de R$ 6,4 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Banco Central (BC).
É 11º mês de fevereiro que o movimento fica negativo. A última vez que houve saldo líquido positivo de recursos em um mês de fevereiro foi em 2014, com um saldo de R$ 1,86 bilhões. Em 2025, no acumulado de janeiro e fevereiro também é negativo em R$ 34,2 bilhões.
O baixo nível de renda, a carestia batendo na porta dos brasileiros, particularmente dos mais pobres, os juros elevados e o endividamento atingindo 76% das famílias, estão entre os fatores que determinam uma contração na capacidade de poupança da população.
Os resultados de meses e dos últimos anos, com saques maiores que depósitos, têm demonstrado a perda da força da caderneta de poupança. No ano de 2023 o saldo da poupança ficou abaixo de R$ 1 trilhão e só em junho de 2024 ultrapassou R$ 1 trilhão, encerrando o em R$ 1,032 trilhão. O saldo incluiu o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e a poupança rural, que não é utilizada para crédito imobiliário.

Incorporadores, construtores e o mercado imobiliário em geral, alertam para o encolhimento nos depósitos na caderneta, visto que são eles que tomam e precisam dos recursos do sistema para o financiamento de imóveis.
Não é diferente para as famílias que veem as taxas de juros dos empréstimos imobiliários, com base nos recursos da caderneta, sofrerem aumentos, adiando o sonho da casa própria.