Bélgica para contra ataque à Previdência e elevação de impostos

Ferroviários encabeçam manifetação diante de estação de trem em Bruxelas (Dirk Waem/AFP)

Transporte público e setores da Educação são as maiores adesões à greve de três dias

Começou na Bélgica, nesta segunda-feira (24), o primeiro de três dias de greves organizadas pelos principais sindicatos do país contra os cortes no orçamento, a reforma da previdência e o aumento de impostos planejados pelo governo federal.

A mobilização afetou o transporte público em todas as regiões do país, mas especialmente na capital, Bruxelas, que também é a capital da União Europeia, onde praticamente não houve serviço de metrô, bonde ou ônibus durante todo o dia, quando engarrafamentos se estenderam por aproximadamente 450 quilômetros em todo o país em decorrência dos protestos, segundo a emissora flamenga RTBF.

O primeiro-ministro Bart De Wever, que assumiu o cargo em fevereiro, planeja mudanças na Previdência Social, com cortes para quem se aposenta antecipadamente, além do aumento do IVA (imposto sobre consumo de bens e mercadorias), atualmente fixado em 21%.

A France24 informa que o plano do governo se baseia em cortes nos gastos públicos e aumentos de impostos sobre passagens aéreas, gás natural e compra de ações, o que, segundo De Wever, reduzirá o déficit em € 9,2 bilhões até 2029. O primeiro-ministro também defende novos cortes para cobrir o aumento dos gastos militares exigido pela Otan.

“DESMONTE SOCIAL” COM PERDA DE DIREITOS TRABALHISTAS

Os sindicatos denunciam o que chamam de “desmonte social”, com perda de direitos trabalhistas, e reivindicam, entre outras medidas, a criação de impostos sobre grandes fortunas e empresas de tecnologia.

 A Bélgica já é conhecida por suas altas cargas tributárias, e as medidas de austeridade vêm provocando manifestações recorrentes contra o governo de centro-direita durante o ano inteiro. Em junho, o parlamento aprovou limites para o tempo de recebimento do seguro-desemprego, mudança considerada emblemática em um país que historicamente não impunha restrições à duração do benefício.

A Federação Geral do Trabalho da Bélgica (FGTB) acusou De Wever de demonstrar “desprezo” pelos movimentos sociais e trabalhistas, segundo a France24, enquanto continua a implementar cortes num país onde, de acordo com o Banco Central citado pela mesma publicação, a dívida pública já ultrapassa os 104% do PIB. Os sindicatos lembram que, em outubro, mobilizaram dezenas de milhares de trabalhadores em Bruxelas contra os cortes “brutais” anunciados.

O governo conservador chegou a um acordo orçamentário após meses de negociações dentro de sua coalizão de cinco partidos, mas os sindicatos acreditam que o pacto mantém intactas as medidas que desencadearam os protestos iniciais.

PARALIZAÇÃO SE ESTENDE A TODOS OS SERVIÇOS PÚBLICOS

Já no primeiro dia, a greve provocou fortes transtornos no transporte público. Em Bruxelas, metrôs, ônibus e bondes operam de forma limitada, com várias linhas suspensas. Situação semelhante ocorre em outras regiões do país.

Os trens intermunicipais reduziram serviços desde a noite de domingo, enquanto os internacionais operam parcialmente, com cancelamentos e ajustes de horários.

Na terça-feira (25), a paralisação se estende a outros serviços públicos, particularmente ao setor da Educação, com professores aderindo ao protesto contra as “medidas de austeridade”.   A mobilização deve continuar também na quarta-feira (26), quando está prevista a greve geral, abrangendo todos os setores.

Para esse dia, todos os voos com partida do Aeroporto de Bruxelas foram cancelados, e as chegadas também podem ser afetadas, causando impactos significativos na mobilidade e no transporte aéreo.

A greve também se estendeu a setores que afetam o transporte internacional. A Euronews informa que a operadora ferroviária SNCB só pode garantir cerca de 20% de seus serviços durante os três dias, metade dos trens Eurostar entre Bruxelas e Paris já foram cancelados e as conexões para a Alemanha e a Holanda estão sofrendo atrasos significativos. A administração dos aeroportos de Zaventem e Charleroi anunciou que nenhum voo poderá operar na quarta-feira devido à ausência de pessoal de segurança e de terra, e que as companhias aéreas entrarão em contato com cada passageiro para providenciar reembolsos ou alterações de passagens.

Para garantizar la seguridad del personal y de los pasajeros, la dirección del aeropuerto tomó una medida drástica. El gestor aeroportuario anunció oficialmente en su web: «Hemos decidido, en consulta con las aerolíneas, no operar ningún vuelo de salida el 26 de noviembre». Esta cancelación total de las partidas de pasajeros conlleva la posibilidad de cancelaciones en algunas llegadas programadas.

Las medidas de fuerza no se limitan al espacio aéreo, ya que la huelga nacional coordinada también afecta los servicios ferroviarios. A los viajeros con enlaces o que dependen del transporte dentro de la capital y el país, se les recomendó dejar tiempo adicional debido a la alta probabilidad de interrupción en el transporte público y los trenes nacionales.

Las aerolíneas han sido encargadas de contactar directamente con los pasajeros afectados en los próximos días para informarles de sus opciones. Esta situación trae a la memoria la jornada de huelgas de octubre pasado, que ya provocaron graves retrasos y cancelaciones, afectando a decenas de miles de personas en todo el territorio belga.

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