A Universidade Federal do Rio de Janeiro não consegue pagar a conta de luz desde janeiro deste ano. A informação foi divulgada pela nova reitora da UFRJ, Denise Carvalho durante cerimônia de posse na manhã desta segunda-feira (8).
Durante o evento realizado no Centro de Tecnologia da Cidade Universitária, no Fundão, Zona Norte do Rio, Denise alertou para a necessidade de reverter o contingenciamento de verbas por parte do Ministério da Educação.
“Das instituições federais a UFR J é a que está em situação mais grave. Não temos dinheiro para honrar contratos vigentes. As outras conseguem se manter até julho, o dinheiro da UFRJ acabou em abril. A luz não é paga desde janeiro, a água há 24 meses e serviços de segurança e limpeza também estão com atraso. Sem luz, os hospitais e laboratórios param e há o risco de perda de estudos não laboratórios de mais de uma década. Vamos buscar uma solução porque não podemos deixar a universidade parar”, disse Denise.
“São os contratos vigentes que estão atrasados. Não é possível manter as atividades de uma instituição como a nossa sem que o MEC nos aporte recursos neste momento. Não temos caixa para pagar os contratos”, disse ela, que vai à Brasília se reunir com representantes do ministério na semana que vem.
A reitora disse que pretende reabrir ao menos uma ala do Palácio São Cristóvão, do Museu Nacional, até o Bicentenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 2022. O palácio foi destruído por um incêndio em 2 de setembro do ano passado, que causou grande prejuízo ao acervo e à pesquisa brasileira, mas a situação está complicada pela falta de verbas.
Segundo Denise, o trabalho realizado até agora contava com verba emergencial liberada no ano passado, mas o dinheiro já acabou. Além disso, a reconstrução contará com R$ 55 milhões de verba aprovada por emenda parlamentar da bancada fluminense no Congresso Nacional, mas parte dela também foi contingenciada. “Estamos trabalhando com projetos para utilizar 20% desse valor ainda este ano. Neste momento, o MEC precisa liberar 20% dessa emenda de bancada”.
Denise também anunciou que vai aumentar a presença feminina em cargos de gestão da instituição. Entre as sete pró-reitorias, quatro serão geridas por mulheres, e a medida também deve se estender às superintendências da universidade federal.
“Estamos mudando não só a reitora, do sexo feminino, mas buscamos a igualdade de gênero e buscaremos nos cargos de pró-reitoria e superintendência, sempre de mãos dadas. Não é uma competição com os homens, é o que é justo”, defendeu ela. “As mulheres são força de trabalho como os homens, e os cargos de destaque também devem ser alcançados por mulheres. Isso faz parte de uma sociedade mais justa e igualitária”.