A multinacional do setor automobilístico General Motors (GM) demitiu 185 engenheiros em suas unidades do Estado de São Paulo, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul.
As demissões também foram repudiadas pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP), segundo o qual a empresa cortou 125 trabalhadores com Plano de Demissão Voluntário (PDV) aberto entre os dias 28 e 30 de agosto. Outras 60 demissões foram na cidade de Indaiatuba após uma tentativa frustrada de PDV sem adesão.
A GM não confirmou o número de demissões, dizendo apenas, em nota, que a empresa “abriu um Plano de Demissão Voluntária (PDV) no dia 28 de agosto de 2019 para algumas áreas funcionais alocadas no Complexo de São Caetano do Sul com o objetivo de ajustar a estrutura às necessidades do negócio. O prazo para adesão ao PDV foi até 30 de agosto de 2019″, disse, sem explicar os motivos desse “ajuste”.
No campo de provas em Indaiatuba, os trabalhadores denunciam que foram anunciadas as demissões quando chegaram para trabalhar na quarta feira (04).
Em março, a empresa conquistou isenção total do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), cerca de R$ 12 milhões anuais, e uma redução da alíquota do Imposto Sobre Serviços (ISS) de 5% para 2%, cerca de R$ 100 milhões, da Prefeitura de São Caetano para manter suas atividades.
“Teremos renúncia fiscal de R$ 100 milhões nesse período, mas prevemos aumento de produção e arrecadação maior de ICMS, o que resultará em retorno de R$ 1,1 bilhão nesses oito anos”, disse o prefeito do município, Auricchio Júnior, a época.
Além disso, o governo do Estado isentou a montadora em 25% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que deveria ser para a manutenção de suas atividades e dos postos de trabalho, com o programa IncentivAuto.
Na ocasião, a montadora anunciou investimentos de R$ 10 bilhões entre 2020 e 2024 para modernizações na fábrica, além do lançamento de um veículo até o fim do ano, que seria fabricado na unidade, como contrapartida. Além da preservação dos 13,4 empregos, a empresa ainda criaria mais 400 vagas diretamente e 800 indiretamente.
Em nota, o SEESP afirmou que “a dispensa de engenheiros altamente qualificados – em sua maior parte atuando no centro de desenvolvimento da companhia na cidade do ABC – é medida preocupante não só para aqueles que foram desligados e suas famílias, como para as perspectivas de projetos futuros e investimentos da empresa”.
FORD
A GM não foi a única montadora a anunciar demissões em massa de trabalhadores nas últimas semanas, mesmo com o projeto do governo do Estado de isenções.
Os trabalhadores do Campo de Provas da Ford, em Tatuí (SP) decidiram na sexta-feira (6) continuar com a greve após o anúncio de demissões de 270 funcionários sem oferta de pacote de benefícios por parte da empresa como contrapartida. A greve foi deflagrada no último dia 2.