Uma carta assinada por mais de 800 mil médicos norte-americanos, que foi entregue nesta sexta-feira (27) ao presidente Donald Trump, pede que o isolamento social para a contenção do coronavírus seja mantido.
“A transmissão de covid-19 continua significativa em todo o país, e nós precisamos de sua liderança para apoiar as recomendações com base científicas de que o isolamento social pode diminuir o ritmo do vírus”, assinala o documento, divulgado pelo Conselho de Sociedades de Especialidades Médicas.
Na semana passada, Trump veio a público dizer que era preciso “pensar na economia” e que queria “reabrir os negócios” até a Páscoa e inclusive sugeriu que gostaria de ver as igrejas lotadas.
100 milhões de pessoas – um terço da população dos EUA – estão sob quarentena nos estados da Califórnia, Nova Iorque, Illinois, Connecticut, Nova Jersey, Ohio, Louisiana e Delaware, e em outros estados foram adotadas medidas de contenção.
Para os profissionais da saúde, liberar o retorno do convívio social é contra-indicado neste momento. “Acabar com as restrições mais cedo pode comprometer a saúde de todos os norte-americanos e aumentar a devastação da epidemia”, alertaram os médicos.
Esta semana, os EUA ultrapassaram a Itália e a China em total de contágios. Na terça-feira, a OMS havia alertado que, em razão da aceleração das infecções de covid-19 que estava ocorrendo, os EUA estavam a caminho de se tornarem o novo epicentro da pandemia.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA informou nesta sexta-feira que foram registrados 85.356 casos de coronavírus no país, um aumento de 16.916 casos em relação à contagem anterior, e acrescentou que o número de mortes aumentou em 252, para 1.246. Já há casos confirmados nos 50 estados, a pandemia explodiu em Nova Orleans e em Nova Iorque os hospitais de Nova Iorque estão à beira do colapso. Como advertiu o prefeito da cidade de Nova Iorque, Bill de Blasio, “se não conseguirmos mais ventiladores [médicos] nos próximos dez dias, pessoas que não devem irão morrer”.