O ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou em reunião com deputados federais do Democratas (DEM) que pretende congelar os salários dos servidores públicos pelos próximos dois anos. O ministro recuou da tentativa de cortar 25% dos salários do funcionalismo, porém continua tentando onerar os rendimentos dos trabalhadores.
O ministro afirmou que o setor público precisa dar exemplo e, para isso, seria necessário congelar os salários durante dois anos, informa o jornalista Manoel Ventura de O Globo.
Guedes, desde o início da pandemia, tem tentado usar desse momento para emplacar seus projetos de austeridade, traçando um caminho oposto ao de todos os outros países do mundo que estão buscando manter o poder de compra da população para a superação da crise.
Reforçando a cruzada do governo federal contra os estados e municípios, que têm cumprido um papel fundamental no combate ao coronavírus, Guedes afirmou não ser favorável a perdão de dívidas e disse que a ajuda do governo deve ter como contrapartida um ajuste fiscal que pode incluir a privatização de empresas municipais ou estaduais.
Essa posição desconsidera inclusive as próprias orientações dos órgãos internacionais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) que orientaram aos credores bilaterais a suspender a cobrança da dívida pública dos países pobres, em comunicado conjunto no final do mês de março.