Quase um mês após a aprovação do auxílio emergencial, milhões de pessoas ainda buscam adquirir a primeira parcela do auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores informais ou autônomos.
Agências da Caixa Econômica de todo o Brasil estão há mais de uma semana lotadas, com filas quilométricas de pessoas tentando sacar beneficío, sendo obrigadas a se exporem ao coronavírus que vem fazendo centenas de vítimas fatais no Brasil a cada dia.
Em algumas regiões do país, os trabalhadores estão dormindo na fila para conseguir realizar o saque, mesmo com a ampliação do atendimento das agências, que desde segunda-feira, passaram a abrir duas horas mais cedo.. Na noite desta segunda-feira (4) e madrugada desta terça-feira (5), algumas pessoas levaram bancos, cadeiras, cobertores e até colchões para tentar garantir uma senha para o atendimento na agência de Campo Grande, em Cariacica (ES).
O carregador Vitor dos Santos garantia já ter tido o benefício aprovado pelo aplicativo disponibilizado, porém não conseguia pegar o dinheiro. “A dificuldade é que a senha não chegou ainda, aparecia a mensagem de erro”, disse.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro as filas também estiveram giravam quarteirões. Muitos trabalhadores chegaram antes da abertura das unidades às 8h da manhã.
Em Fortaleza (CE), a costureira Maria da Penha, grávida de nove meses, chegou cedo para tentar atendimento. “Cheguei aqui antes das 6 horas e é muita espera. Eu estou grávida e não tenho como ficar em pé e o jeito é se sentar. É a primeira vez que venho. Mesmo sendo uma fila preferencial, a demora é grande”.
Na sexta-feira, 1, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, chegou a declarar que as filas no pagamento do auxílio são “inevitáveis” e que o governo não tem nenhuma estratégia para resolver problema.
“Não há nenhuma possibilidade de se pagar 50 milhões de pessoas em três semanas e não existir fila. Isso não existe. Não vou prometer o que é impossível. O que faremos é mitigar filas, reduzir filas”, disse Pedro Guimarães em entrevista transmitida pela internet.
Enquanto isso, as pessoas seguem sem o dinheiro no bolso para alimentar suas famílias. Ao mesmo tempo em que continuam enfrentando inúmeras dificuldades para conseguir concluírem os seus cadastros no aplicativo da Caixa, que apresenta falha atrás de falha desde o início do processo.
Recadastramento
O auxílio foi aprovado pelos parlamentares no Congresso Nacional com o objetivo de garantir que trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI) e pessoas em maior vulnerabilidade social pudessem ter uma renda mínima durante a pandemia do novo coronavírus e, assim, minimizar a necessidades dessas pessoas de sair de casa em busca de sustento.
De acordo com dados divulgados pela Caixa Econômica na última sexta-feira (1), de um total de quase 97 milhões de cadastros no programa, 50,1 milhões foram aprovados, e outros 5,2 milhões ainda estão passando pela primeira análise. Dos demais, 26,1 milhões foram considerados inelegíveis e 12,4 milhões de cadastros foram inconclusivos.
Segundo o presidente da Caixa, esses quase 13 milhões de pessoas terão que refazer o cadastro para uma nova solicitação, no entanto sem apresentar uma solução para os problemas de falha que impedem o avanço do cadastro.