Após perder maioria no senado, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, entregou sua renúncia ao presidente do país, Sergio Mattarella, nesta terça-feira (26), abrindo caminho para consultas sobre como superar a crise política sem a necessidade de novas eleições, informou o chefe de gabinete do presidente.
A saída de Conte, que estava no poder desde 2018, aconteceu durante a crise política aberta em meio à pandemia de coronavírus, que matou 85.881 italianos – o segundo maior número de mortos da Europa, atrás somente do Reino Unido, e o sexto do mundo -, e registrou mais de 2.475.000 contágios, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
A perda da maioria no Senado aconteceu na semana passada, quando o pequeno partido centrista Italia Viva, liderado pelo ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, saiu da coalizão precisamente por causa da forma como o governo lidou com a crise do coronavírus e a recessão econômica.
Os esforços para atrair senadores de centro e independentes para preencher o espaço deixado por Renzi na coalizão não tiveram sucesso, deixando Conte sem opção a não ser renunciar e abrir formalmente uma crise de governo que pode lhe dar mais tempo para tentar chegar a um acordo.
O presidente Sergio Mattarella tem duas opções com a renúncia: tentar que Conte consiga o apoio necessário para montar um novo governo e terá alguns dias a mais para fazer isso, ou encontrar outro candidato para reunir uma coalizão que sustente o governo.
Até agora, os principais partidos da coalizão – o Movimento 5 Estrelas e o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda – apoiaram os esforços de Conte para permanecer no poder.
E se tudo falhar, o presidente terá que convocar uma eleição, dois anos antes do previsto.