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Os advogados do empresário Carlos Wizard entraram em contato com a CPI da Covid-19 no Senado, na manhã desta segunda-feira (21), para acertar a data do depoimento do empresário, que não compareceu na última semana
A defesa do bilionário bolsonarista Carlos Wizard fez contato por mensagem para pedir reunião, na qual seria combinada a data de depoimento presencial na CPI. Segundo veiculou o portal G1.
O empresário chegou a solicitar depoimento virtual à CPI, mas os senadores não aceitaram o modelo — como ocorreu com outros depoentes que fizeram o mesmo tipo de solicitação.
Na última sexta-feira (18), agentes da PF (Polícia Federal) foram à casa de Wizard e a empresas ligadas à família do empresário, com a autorização de condução coercitiva concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal). O empresário, no entanto, não está no Brasil.
O delegado Flavio Veitez Reis informou que a PF foi até a residência de Wizard em Campinas (SP), mas ninguém atendeu ao interfone. Quando a equipe estava deixando o local, um funcionário da casa informou aos agentes que não vê o empresário “há bastante tempo”, mas não deu mais informações.
A Justiça Federal também já autorizou que o passaporte de Carlos Wizard seja apreendido tão logo o empresário retorne ao Brasil.
A CPI, instalada em 27 de abril no Senado, investiga as ações, omissões e inações do governo federal, sob o presidente Jair Bolsonaro, na gestão da pandemia da Covid-19.
O contato dos advogados do bilionário se dá após o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmar que a Comissão vai pedir ajuda da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) para localizar Carlos Wizard.
“Vamos pedir ajuda da Interpol para saber onde está e buscar o passaporte dele, como a Justiça já determinou”, declarou o senador.
Aziz disse que Wizard está em “local incerto e não sabido”.
DE TESTEMUNHA A INVESTIGADO
Wizard foi convocado a depor à CPI como testemunha, e é apontado como um dos integrantes do “gabinete paralelo” ou “gabinete da sombra” que aconselhava Jair Bolsonaro a defender medidas ineficazes no combate à pandemia.
Na última sexta-feira (18), o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), transformou em investigados Wizard e outras 13 pessoas. Antes, esses eram testemunhas.
Leia a lista dos investigados pela CPI, segundo anúncio e ordem apresentada por Renan:
1) Elcio Franco, ex-secretário do Ministério da Saúde; 2) Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência; 3) Carlos Wizard, empresário; 4) Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde; 5) Ernesto Araújo; ex-ministro das Relações Exteriores; 6) Fabio Wajngarten; ex-secretário de Comunicação; 7) Francieli Fantinato; coordenadora do PNI (Programa nacional de Imunização); 8) Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde; 9) Marcellus Campêlo, ex-secretário de Saúde do Amazonas; 10) Marcelo Queiroga, ministro da Saúde; 11) Mayra Pinheiro; secretária de gestão e trabalho do Ministério da Saúde; 12) Nise Yamaguchi, médica; 13) Paulo Zanoto, médico; e 14) Luciano Dias Azevedo, médico anestesista.
DIFERENÇA ENTRE TESTEMUNHA E INVESTIGADO
Basicamente, a diferença entre testemunhas e investigados em CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) são — de acordo com precedentes do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do STF (Supremo Tribunal Federal) —, as pessoas convocadas como testemunhas por CPI têm o dever de comparecer aos atos para os quais foram chamadas, para que prestem esclarecimentos e contribuam com as investigações.
O direito ao não comparecimento está restrito aos investigados, portanto, não se estendendo às testemunhas.
M. V.
Com informações do portal G1