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O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que vai conversar com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para defender a aprovação do projeto enviado pelo governo que cria a Política Nacional do Ensino Médio, que aguarda a avaliação do Congresso.
Alckmin ressaltou aos jornalistas as qualidades da proposta do MEC, após se reunir com o ministro da Educação, Camilo Santana.
“Vou conversar com o presidente Lira, acho que é uma boa proposta. Vou conversar com o relator, o Mendonça Filho para a gente poder avançar nesta lei”, disse Alckmin.
“Eu sou do tempo em que quando se entrava no primeiro ano do ensino médio e já se escolhia científico, clássico ou normal. Mas um aluno no primeiro ano ainda não tem essa capacidade de escolher. Então a proposta do ministro Camilo Santana está correta, ele vai preservar 2.400 horas na base e mais 600 horas para o ensino da área em que a pessoa gosta mais. No técnico serão 1.800 na grade básica e mais 1.200 na técnica e ele sai com dois diplomas, com o do técnico e o do ensino médio. Pode tanto trabalhar como fazer a faculdade”, disse o vice-presidente.
Para o vice-presidente, a área que apresentou mais problemas no governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), foi exatamente a educação. “A educação foi uma das áreas que o governo anterior mais retrocedeu. Com uma proposta de voltar para o passado com a criança estudando em casa, é fundamental que a criança esteja na escola”, disse Alckmin.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou em outubro ao Congresso Nacional projeto de lei que corrige retrocessos trazidos pelo Novo Ensino Médio, da era Michel Temer. Na prática, o novo texto revoga os itinerários formativos e traz de volta 2.400 horas obrigatórias para a Formação Geral Básica (FGB).
Entretanto, o relator indicado por Lira para o projeto, deputado Mendonça Filho (União-PE), desvirtuou o texto enviado pelo governo federal à Câmara. Na prática, o relatório apresentado por Mendoncinha (como é conhecido no Congresso) chancela o famigerado Novo Ensino Médio de Temer, do qual, Mendonça Filho foi ministro da Educação.
Em uma manobra no fim do ano legislativo, foi aprovado um pedido para que o relatório de Mendonça Filho fosse votado em regime de urgência. A votação só foi impedida após um amplo repúdio das entidades da Educação que mobilizou o ministro do MEC a solicitar a retirada da urgência e o retorno das discussões no Congresso.