Currículo do novo “assessor” do Ministério da Saúde, imposto por Bolsonaro: advogou para os milicianos Batman, Robocop e Girão, além de defender os assassinos da juíza Patrícia Acioli e o banqueiro Salvatore Cacciola
Jair Bolsonaro não enfiou pela goela do Brasil somente o escandaloso protocolo da cloroquina. Ele impôs também, segundo a Folha de S. Paulo, a nomeação do advogado Zoser Plata Bondim Hardman de Araújo para assessoria especial do Ministério da Saúde.
Com esta expertise, ainda não está claro o que o advogado de milicianos vai fazer no Ministério da Saúde no meio da pandemia do coronavírus.
O elemento, que entrou no Ministério logo após a demissão de Mandetta, simplesmente atuou em favor dos milicianos Batman e Robocop, além de defender os assassinos da juíza Patrícia Acioli, o banqueiro Salvatore Cacciola, dono do Banco Marka e parentes do presidiário Cristiano Girão.
Batman, Robocop e Girão, segundo a polícia, exploraram comunidades na Zona Oeste do Rio, base tradicional da família Bolsonaro.
O ex-PM Ricardo Teixeira Cruz, conhecido por Batman, havia fugido da prisão em outubro de 2008, onde cumpria pena de nove anos e oito meses, e, até ser recapturado – em maio de 2009 –, teria reassumido o comando da milícia. Zoser Plata defende Batman em um processo por homicídio qualificado.
Em 2018, apesar de tentativas de relaxamento da prisão preventiva, a Justiça decretou que Ricardo e outro acusado, André Luiz da Silva Malvar, deveriam permanecer presos em presídio federal fora do Rio de Janeiro. Batman fugiu do presídio de segurança máxima, Bangu 8, em outubro daquele ano.
O advogado Zozer Plata também defendeu os assassinos da juíza Patrícia Acioli. Ela foi assassinada com 21 tiros, vítima de uma emboscada na porta da casa onde morava, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio no dia 12 de agosto de 2011. Patrícia Acioli era titular da 4ª vara criminal de São Gonçalo, município vizinho a Niterói.
Acioli foi responsável pela prisão de cerca de 60 policiais ligados a milícias e grupos de extermínio, fato que teria gerado insatisfação entre os grupos criminosos que atuavam na região.
O tenente-coronel Claudio Luiz Oliveira e o tenente Daniel Benitez, defendido por Zoser, pegaram a maior pena: 36 anos de prisão em regime fechado. Charles Tavares, Alex Ribeiro Pereira e Sammy Quintanilha vão cumprir 25 anos, também em regime fechado. Já Handerson Lents foi condenado a quatro anos e seis meses em regime semiaberto.
O novo assessor do Ministério da Saúde também defendeu Salvatore Cacciola, dono do Banco Marka. Esta banco quebrou em 1999 e foi socorrido pelo Banco Central, gerando um prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos.
Em 2011, após três anos preso e ser beneficiado com redução de pena, o ex-banqueiro, defendido por Zoser Plata Bondim Hardman de Araújo, teve direito à liberdade condicional e deixou o Complexo Penitenciário de Bangu.
Outro defendido pelo novo assessor do MS foi o ex-sargento do Corpo de Bombeiros e presidente de associação de moradores, Cristiano Girão. Ele foi eleito em 2008 para a Câmara de Vereadores do Rio. Foi preso em 2009, sob acusação de chefiar uma milícia em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio – e não saiu desde então.
Segundo as investigações, Girão dominava, ao lado de Wallace Pires, a região de Gardênia Azul, extorquindo moradores e comerciantes e explorando serviços. Em outubro de 2010, a mesa diretora da Câmara decretou a perda do mandato por causa das faltas às sessões. Ele também foi exonerado dos bombeiros.
Mas então o Ítalo Marsili tem outro nome????