Ao menos cinco capitais suspenderam a aplicação da primeira dose da vacina da Covid-19 nesta terça-feira (22), sendo elas São Paulo, Florianópolis, Aracaju, Campo Grande e João Pessoa alegaram falta de doses para continuar a vacinação por faixas etárias e, por isso, decidiram vacinar apenas pessoas em busca da segunda dose. Por todo o país, cidades também reduzem a vacinação por falta de imunizantes, como é o caso de Curitiba.
Os governos de Aracaju e Florianópolis disseram não ter previsão de recebimento de estoque para aplicação de primeiras doses, e o governo paulista atribuiu a escassez ao atraso nas entregas do Ministério da Saúde. Em Campo Grande, a secretaria municipal de Saúde disse que quer completar o ciclo vacinal de cerca de 5 mil pessoas que ainda precisam tomar a segunda dose. Em João Pessoa, a prefeitura disse que vai focar a aplicação de segundas doses enquanto aguarda a chegada de novo lote de vacina.
Em nota, o Ministério da Saúde disse que envia as doses com base na população-alvo da campanha e que recomenda aos gestores locais que sigam à risca o plano nacional de operacionalização da vacinação contra a Covid-19.
O ministério afirmou ainda que a responsabilidade pela distribuição de doses aos municípios é da gestão estadual. A suspensão pode afetar o avanço da vacinação em faixas etárias mais jovens.
São Paulo
Em São Paulo, a suspensão foi anunciada pelo secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, na segunda-feira (21), depois de mais de 60% dos postos de vacinação da capital ficarem sem doses. Ainda segundo ele, a vacinação de pessoas com 48 anos na capital paulista, prevista para ter início nesta quarta-feira (23), vai ser adiada.
Em nota, a prefeitura da capital disse que espera receber, nesta terça, 188 mil doses do governo do estado para abastecer os estoques das UBSs e dar prosseguimento ao calendário.
No estado de SP inteiro, 34,68% da população receberam a primeira dose e 13,02% receberam a segunda, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Diante dessa escassez, o governo paulista irá enviar 186 mil doses da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan, para aplicação de primeira dose em pessoas que não foram imunizadas, além de 30 mil doses da vacina Astrazeneca, produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), para aplicação de segunda dose. A ideia da prefeitura é vacinar 181 mil pessoas de 49 anos amanhã.
Aracajú
Já em Aracajú, a Secretaria Municipal da Saúde alegou que a suspensão ocorre porque o quantitativo de pessoas vacinadas neste fim de semana foi acima da previsão estabelecida. Até o momento, mais de 246 mil pessoas já foram vacinadas, o que representa 37% da população local. Somente no fim de semana, 20.127 pessoas foram vacinadas.
A capital começou a vacinar, nesta segunda (21), pessoas a partir dos 40 anos. Na terça, já iniciaria a da faixa etária acima dos 38 anos.
A Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe afirma que não há previsão de chegada de vacinas, que as últimas destinadas à primeira dose foram distribuídas no sábado (19), e que as que chegaram no domingo serão destinadas somente à segunda dose, conforme orientação do Ministério da Saúde. Sergipe está com 30,89% da população vacinada com a primeira dose e 9,46% da segunda.
Campo Grande
Na capital sul-mato-grossense, o motivo alegado para suspender a aplicação da primeira dose foi reforçar a cobertura vacinal com as duas doses. Segundo a secretaria municipal de Saúde, o reforço vacinal da AstraZeneca será antecipado de 90 para 60 dias e, haverá também a aplicação da segunda dose da Coronavac, que chegou a ficar em atraso devido a interrupção no fornecimento por parte do Ministério da Saúde.
As datas são as seguintes: 2ª dose da CoronaVac – Para pessoas que tomaram a 1ª dose até 2 de junho e; 2ª dose da AstraZeneca – Para pessoas que receberam a 1ª dose até 22 de abril. Em todo o estado, 38,35% da população receberam a primeira dose e 14,42% receberam a segunda.
Florianópolis
Já na capital catarinense, a Prefeitura diz que está aguardando o recebimento de mais vacinas para retomar a aplicação em pessoas sem comorbidade por faixa etária e demais grupos.
Na noite de domingo (20), o Estado recebeu 309 mil doses de AstraZeneca, mas voltadas para 2ª dose, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), e “não serão distribuídas neste momento”.
Na sexta (18), Santa Catarina também recebeu doses e essas foram destinadas para aplicação de 1ª dose, conforme o Estado. As doses que a capital recebeu, usou no sábado e nesta segunda, quando foram vacinadas com primeiras doses pessoas com 50 anos ou mais sem comorbidades.
Não foi informado o número de doses que há em estoque na capital catarinense. Até o momento, Santa Catarina está com 33,62% da população vacinada com a primeira dose e 10,66% com a segunda.
João Pessoa
Em João Pessoa, enquanto aguarda a chegada do novo lote de vacinas, a campanha de imunização, a prefeitura se concentra nesta terça-feira (22) na aplicação da segunda dose dos imunizantes da AstraZeneca e da Coronavac, para quem tomou a primeira dose há pelo menos 90 dias e 28 dias, respectivamente.
Curitiba
Em Curitiba, a prefeitura informou no último domingo (20) que precisa de mais doses de vacinas contra a Covid-19 para dar continuidade à imunização do grupo dos trabalhadores da educação, que integram a fila prioritária desta campanha.
Na última sexta-feira (18), já começaram a ser vacinados os trabalhadores da educação básica e do ensino superior com 25 anos de idade ou mais, tanto da rede pública, quanto da rede privada. Foi a última chamada do grupo dos professores e funcionários da área da educação.
Agora, quem não atendeu ao chamado da prefeitura na sexta-feira (18), ou tem menos de 25 anos, terá de esperar um novo anúncio.
“Devido a limitação de doses disponíveis em Curitiba, será suspensa temporariamente, a partir desta segunda-feira (21), a imunização de professores e trabalhadores da educação tanto básica, quanto de nível superior. O município já vacinou pessoas desse grupo prioritário em quantidade maior do que as doses recebidas, sendo inviável a continuidade enquanto a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná não repassar novos imunizantes com esta destinação. Assim que recebida nova remessa pela Secretaria Municipal da Saúde, Curitiba retomará a vacinação dos profissionais da educação”, informou a prefeitura.