Espanha, Grécia e Portugal já repeliram proposta da alemã Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, que propôs cortar em 15% o consumo de gás na UE, pelo seu plano “Economize gás para um inverno seguro”
Mostrando preocupação com a possibilidade de falta de energia na União Europeia, a Áustria se opõe ao embargo ao gás russo: as sanções são falhas, elas “não devem afetar aqueles que as introduzem”, expressou o chanceler Karl Nehammer, acrescentando que a posição de Viena é que um embargo de gás “não é possível”, devido ao fato de que a economia da Alemanha depende do combustível russo, e se entrar em colapso, o mesmo acontecerá com o da Áustria, causando desemprego em massa.
Além disso, na sexta-feira (29), Nehammer ponderou que as sanções não fizeram com que a Comissão Europeia acelere a realização da compra conjunta de gás pelos países membros da UE, destacando que atualmente “uma plataforma energética comum será mais importante do que nunca”.
As declarações do premiê austríaco vieram depois que os ministros da Energia dos 27 estados membros da União Europeia discutiram um acordo para reduzir o consumo de gás, que inclui uma redução voluntária do consumo de 15% entre 1º de agosto de 2022 a 31 de março de 2023, realizada “com medidas de sua própria escolha”.
Portugal, Espanha e Grécia já haviam repudiado, na semana anterior, a proposta apresentada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, para cortar em 15% o consumo de gás como parte do plano ‘Economize gás para um inverno seguro’, voltado, segundo ela, para ajudar as nações europeias mais vulneráveis a “sobreviver ao inverno” em caso de interrupção do fluxo de gás russo.
A proposta de Von der Leyen teve como pano de fundo o pânico em Bruxelas com a realização da manutenção anual do Nord Stream 1, que ocorre todo ano nessa época há 10 anos, pois supostamente a Rússia iria reagir às sanções desligando completamente o gás.
O desligamento do gás já foi claramente negado pelo presidente Vladimir Putin que, porém, advertiu que, se bloquearem equipamentos levados para revisão, como visto no Canadá, o fluxo de gás terá que ser interrompido pela necessidade de preservar turbinas e compressores em uso.
A Siemmens retirou para manutenção turbinas que permitem manter o fluxo de gás pelo gasoduto, levou para uma fábrica sua no Canadá e aí o governo do primeiro-ministro Justin Trudeau as segurou por causa das sanções.