Após várias rodadas de negociação, os bancários conseguiram que a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) recuasse em sua proposta de reajuste zero para a categoria, e conquistaram avanços nas reivindicações da Campanha dos Bancários 2020.
O setor financeiro foi um dos mais beneficiados desde o início da pandemia, quando o governo Bolsonaro disponibilizou mais de R$ 1,2 trilhão aos bancos privados.
Em reunião com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, a representante dos bancos propôs reajuste de 1,5% para salários, abono de R$ 2 mil e ainda a reposição da inflação (estimada em 2,74% no período) para demais verbas, como vales alimentação e refeição e auxílio-creche/babá.
Conforme informação do sindicato, a categoria conquistou também “a manutenção de todas as cláusulas da CCT por dois anos e da PLR nos moldes atuais, com reposição da inflação nos valores fixos e tetos”.
“Foram diversas rodadas de negociação em que a Fenaban insistia em reajuste zero para a categoria. Além disso, chegaram a apresentar três propostas rebaixadas de PLR, que reduziam em até 48% os valores a serem distribuídos aos trabalhadores, e ainda propuseram a retirada da 13ª cesta alimentação e a redução da gratificação de função de 55% para 50%. O Sindicato rejeitou essas propostas na mesa”, afirma Ivone Silva, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa com a Fenaban.
Segundo ela, “a pressão da categoria nas ruas, com carreatas, e nas redes sociais, com vários tuitaços, fez com que os bancos voltassem atrás nas propostas rebaixadas”.
A negociação feita pelo sindicato está sendo avaliada e será votada pela categoria em assembleia virtual que começou no domingo, e se estende até às 23h59 desta segunda-feira (31).
O sindicato informa que as propostas específicas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, para renovação de seus acordos coletivos também estão sendo apreciados pela assembleia.
Ivone avalia que diante da difícil conjuntura da pandemia, “que impactou não somente na economia, com 80% dos acordos trabalhistas fechados em agosto abaixo do INPC, mas também na nossa organização, uma vez que mais de metade da categoria bancária encontra-se em home Office (…), e depois de 13 rodadas de negociação muito difíceis, com tentativas de retrocessos em cláusulas históricas da CCT por parte da Fenaban, consideramos que esta proposta, arrancada dos bancos com a força da categoria, é positiva”.