Prossegue o bate boca entre Jair Bolsonaro (PSL) e seus ex-aliados. Agora foi a vez de João Dória (PSDB). A briga é para ver qual dos dois é mais subserviente e iludido com o capital estrangeiro. Dória comemorou uma promessa de um executivo da Toyota de elevação – em troca de mais benesses – de investimentos longínquos em sua fábrica de Sorocaba.
Bolsonaro imediatamente reclamou, em vídeo, que a notícia da migalha não citava seu nome. “Para variar, a notícia não tem meu nome”, disse ele na live. Bolsonaro também “esclareceu”, no vídeo da quinta-feira (19) que o investimento está acontecendo “graças ao programa de valorização dos biocombustíveis do governo federal, o Renovabio”.
João Dória rebateu com ironia o comentário de Bolsonaro nesta sexta-feira (20). O governador disse que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deveria “trabalhar mais e tuitar menos”. Ele lembrou que os programas que beneficiam as multinacionais instaladas no Brasil são de outros governos e não do atual.
O Renovabio, mencionado por Bolsonaro, é um programa nacional assinado pelo governo Michel Temer para isentar de impostos as empresas que produzem biocombustíveis no Brasil. O programa Rota 2030, também lançado na gestão Temer, em substituição ao InovarAuto, mantém a redução de três pontos percentuais de IPI para veículos híbridos flex.
Bolsonaro vem rompendo com vários ex-aliados nas últimas semanas. Perdeu um deputado, Alexandre Frota, de São Paulo, e a senadora Juíza Selma Arruda, do Mato Grosso. Em seguida ele entrou em guerra com Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, e agora intensifica a briga com João Dória.
O pretexto para o rompimento com Witzel foi a declaração do governador de que não precisou de Bolsonaro para se eleger na eleição de 2018. Ele disse que apoiou o presidente mas que não obteve dele qualquer apoio ou declaração para ajudar sua candidatura. O “mito” teria ficado irritado com a falta de modéstia das declarações do governador e ordenou o rompimento.
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que preside o PSL do Rio, está exigindo que todos os filiados ao partido no estado com cargos no governo de Wilson Witzel (PSC) abandonem imediatamento suas funções, sob risco de serem expulsos da legenda. Sem base parlamentar, Bolsonaro agora rompe suas relações com governadores de estado.