A companhia aérea Gol retirou a revista Veja de seus espaços e suspendeu a parceria com a Editora Abril por conta de uma reclamação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) que uma capa da revista criticava seu pai.
Flávio compartilhou vídeos da revista Veja com a capa dizendo “Perigo à vista” em espaços da Gol no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A revista denunciava os planos de Jair Bolsonaro para atacar as eleições com o Ministério da Defesa e as Forças Armadas.
“Espero que não seja em função de alguma promessa do ex-presidiário de ‘ajudar’ a companhia aérea, caso aconteça a catástrofe de sua quadrilha voltar ao poder”, pressionou Flávio, filho de Jair Bolsonaro, apavorado com a vantagem de Lula nas pesquisas eleitorais. Bolsonaro também compartilhou a reclamação do filho “01”.
Em resposta, a companhia aérea se submeteu à censura que Flávio queria.
“Prezado senador da República Flávio Bolsonaro. Lamentamos profundamente o ocorrido. As ações promocionais da Gol não têm qualquer viés político. A parceria de distribuição de revistas com a Ed. Abril, hoje suspensa, não abrange editorial ou escolha de notícias. A Gol segue sempre trabalhando pelo desenvolvimento do Brasil”, disse a Gol pelas redes sociais.
A Editora Abril apontou que a parceria com a Gol tinha sido prorrogada “devido à boa aceitação por parte dos leitores”
“A Veja é referência no jornalismo factual, pautado pela qualidade e contextualização. A cada semana relatamos temas relevantes no cenário nacional e nossos parceiros não possuem qualquer relação com nosso conteúdo jornalístico”, continuou.
A revista Veja apontava que Jair Bolsonaro, “em segundo lugar nas pesquisas”, considera uma “batalha crucial” sua cruzada contra a democracia.
“Ele dá a entender que não reconhecerá eventual resultado desfavorável e, mais grave, que convocará o Exército para auditar o resultado final. Nessa cruzada estratégica, a arma principal do mandatário é a ameaça de confronto e de uso da força”, aponta a revista.